VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS
No mês passado, o maior jornal da Colômbia, El Tiempo, divulgou uma espécie de manual sobre como seus repórteres, editores e fotógrafos devem se comportar frente à violência. Quando "O Conflito Armado nas Páginas de El Tiempo" foi publicado no jornal e no sítio em 6/11, o vice-editor Alvaro Sierra escreveu que se tratava de "uma primeira tentativa de traçar as regras básicas que jornalistas do El Tiempo deveriam seguir para reportar com total independência, seriedade e precisão acerca do que vêem ou confirmam".
De acordo com Mark Fitzgerald [Editor & Publisher, 10/12/03], em muito o manual do diário colombiano lembra políticas éticas de vários jornais americanos, mas nenhum deles pensaria em incluir uma advertência para "nunca, sob qualquer circunstância ou justificativa, uma informação de um jornalista de El Tiempo pôr em risco a vida de civis" ou para que jornalistas do jornal não vistam "uniformes militares ou carreguem ou usem armas".
O inferno dos jornalistas
Colômbia é o pesadelo de qualquer jornalista, e não apenas pela constante intimidação por ameaças de mortes, seqüestros ou assassinatos de pelo menos 123 jornalistas e pessoas ligadas à mídia nos últimos 15 anos. O conflito da nação também é campo sangrento de grupos armados de extrema direita e esquerda, num mundo de siglas que abrangem diversos braços de paramilitares e membros das Forças Armadas Revolucionárias (FARC) e disputam os lucros do narcotráfico.
Em clima tão hostil, jornalistas colombianos podem receber treinamentos de autodefesa e equipamentos de proteção dos jornais para os quais trabalham e de grupos que lutam pela liberdade de imprensa, como a Associação Interamericana de Imprensa (IAPA) e o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ).