PICADEIRO
Deonísio da Silva
Eis nova mostra de "inguinorança" dos nossos jornalistas.
Na televisão, a morte do comandante Rolim Amaro, presidente
da empresa aérea TAM, foi assim noticiada numa da emissoras:
…o casal [Patrícia e
Rolim] ia para Asunción estudar a abreugrafia de Elisa
Lynch.
Até o Estado de S.Paulo, tão cioso da precisão
jornalística, tropeça na edição de segunda-feira,
9/7:
…a biografia seria da irlandesa
Elisa Link [sic], mulher de Solano Lopes [sic], que foi ex-presidente
do Paraguai e personagem da revolução do Paraguai
[sic].
Grafias, história e sintaxe ao brejo!
O assunto pode render boas suítes: Ruy Barbosa, o próprio,
advogado de madame Elisa Lynch, ganhou a questão contra o
Brasil, no Supremo Tribunal Federal. Ela e o filho queriam as terras
deles que, depois da Guerra do Paraguai, devido aos novos limites
impostos pelos vencedores, ficavam em Mato Grosso.
O túmulo da Mme. Lynch fica próximo aos de Sarah
Bernhardt e Oscar Wilde, no cemitério Père Lachaise,
em Paris. Sobre o nome de Elisa há uma estrela entre ramos
de palma e oliveira, do escudo do Paraguai.
