DIA DO JORNALISMO
Alexandre Gennari (*)
O que deve fazer o editor de conteúdo online no Dia do Jornalismo (7 de abril)? Comemorar ou chorar as mazelas do jornalismo online? Nem um, nem outro. Talvez, apenas refletir sobre a profissão e sobre o momento que ela atravessa. Tanto dentro quanto fora da rede.
Hoje, um dos principais temas para reflexão sobre o jornalismo no Brasil é o questionamento da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão e em que medida isso se aplica à rede. Independentemente do resultado desta questão, o rebuliço causado pela sentença judicial em favor da não-obrigatoriedade, juntamente com a crise na mídia, já trouxe diversos benefícios ao meio.
O primeiro deles é a oportunidade de meditação ? e quem sabe até uma saudável mea-culpa ? por parte dos veículos de comunicação, dos sites de notícias na internet, dos sindicatos, das instituições de ensino, das autoridades e, principalmente, dos próprios jornalistas e editores de conteúdo online.
Melhor mudar
Esta meditação fez emergir, entre outras coisas, o Fórum de Cursos de Jornalismo, realizado em São Paulo, nos dias 29, 30 e 31 de março, na Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero.
O resultado do encontro é um documento [ver remissão abaixo] que aponta os principais problemas do jornalismo e da estrutura dos meios de comunicação no Brasil, e sugere caminhos para a possível solução destes problemas, segundo os participantes do debate.
Tanto o fórum quanto a discussão sobre o tema estão conduzindo os profissionais ligados à comunicação para um raro momento de auto-análise, de autocrítica. Uma espécie de terapia coletiva que poderá culminar num processo ? muito bem-vindo ? de autoconhecimento e conscientização. Com um pouco de sorte e muito de paciência, este processo poderá impulsionar algumas mudanças, imprescindíveis para a evolução do jornalismo no país. E na rede também.
Aí está um ótimo motivo para o editor de conteúdo comemorar o Dia do Jornalismo.
Quanto às mazelas, que todos conhecem de cor, o melhor é conter o choro e tentar corrigi-las com a mudança de atitude na prática e no ensino do Jornalismo, que venha a privilegiar a ética e a seriedade, em detrimento da obsessão com custos e do sensacionalismo barato que alavanca audiências e visitas.
(*) Webwriter e roteirista multimídia
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