Tuesday, 19 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Comendo moscas

DIRET?RIO ACAD?MICO

MEC vs. CNE

Victor Gentilli

Os jornais continuam cobrindo burocraticamente o conflito entre o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação. O noticiário é sempre factual e burocrático. O ministro Paulo Renato está irritado com a Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação, porque todos os pedidos de fechamento de cursos oriundos do ministério não conseguem aprovação no CNE.

Este Observatório vem alertando sistematicamente que aí está um bom filão para a prática de jornalismo de qualidade [veja remissões abaixo]. Enquanto os jornais, na melhor das hipóteses, continuarem apenas a oferecer os dois lados ? os argumentos do ministro Paulo Renato e aqueles dos conselheiros da Câmara de Ensino Superior do CNE ?,o leitor ficará sem o volume suficiente de informações.

Pior: os jornais ignoram sempre os procedimentos legais atualmente em vigor e referem-se apenas aos provões. Os cursos submetidos aos provões e que não alcançam bons conceitos são visitados por especialistas, que apontam problemas e fazem recomendações. Apenas quando a escola se recusa a acatar as recomendações é que o MEC pede a suspensão do vestibular.

Por que os jornais não enviam repórteres aos cursos ameaçados de fechar?

Por que os jornais não se antecipam e mostram aqueles cursos que, pelo andar da carruagem, vão terminar num pedido de fechamento pelo MEC?

Até hoje nenhum jornal preocupou-se em saber o destino dos cursos que ainda não são avaliados nos provões. Pela leitura dos jornais, fica a impressão que o MEC só controla os cursos submetidos ao provão.

A educação superior brasileira vem sofrendo grandes mudanças nos últimos anos, mas os jornais ficam apenas na superfície. Teriam muito mais coisa para contar.

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