ANALISTAS DE MERCADO
Diversos veículos de comunicação americanos têm protestado junto à Securities and Exchange Comission (SEC ? órgão que regula o mercado financeiro americano, equivalente à CVM brasileira) contra a criação de uma regra que obrigaria a imprensa a mencionar quais são os interesses de um analista de mercado cada vez que sua opinião sobre algum negócio for citada.
A regra, a ser votada em breve pela SEC, foi sugerida pela Bolsa de Valores de Nova York e pela Associação Nacional de Negociadores de Ações, que querem acabar com os rumores de que analistas têm feito recomendações de compra e venda de ações conforme interesses pessoais ou de empresas para as quais trabalham. A Bolsa de Nova York se dispõe a penalizar negociadores que cedam novas entrevistas a meios de comunicação sem respeitar o regulamento.
"Acreditamos haver outras medidas para a Bolsa de Nova York se certificar de que as informações sobre os analistas serão conhecidas do público sem interferência nas decisões editoriais de nossos jornais-membros", escreveu Paul Boyle, vice-presidente sênior da Newspaper Association of America, que congrega mais de 2 mil jornais, em carta à SEC. Outra carta foi enviada em conjunto por alguns grandes veículos, como Dow Jones, Associated Press, Forbes, McGraw-Hill, The New York Times, Reuters, Washington Post e Gannett.
Além da questão da ingerência externa em assuntos editoriais, a imprensa se queixa da impossibilidade técnica de discriminar os interesses dos analistas toda vez que eles são citados, pois isso ocuparia um espaço de que jornais e revistas não dispõem. Se essa regra for aprovada, aponta Deborah Solomon, do Wall Street Journal (11/3/03), é possível que a mídia dos EUA simplesmente deixe de entrevistar analistas financeiros.