WTC
Quando o World Trade Center foi destruído, moradores e empresas dos arredores tiveram de deixar seus apartamentos e parar suas atividades. No entanto, como conta Tim Hanrahan, do Wall Street Journal [9/9/02], dois pequenos jornais que atendem a região lutaram para continuar saindo normalmente, mesmo sem escritórios e com boa parte dos leitores deslocados. Seu público estava ávido por notícias que não saíam na grande imprensa, como datas de reabertura de escolas e edifícios, qualidade do ar e histórias dos vizinhos.
O mensal Tribeca Trib teve sua redação interditada por cerca de uma semana após 11/9. April Koral, editora do jornal, pegou os dados de anunciantes e foi de porta em porta vender espaço publicitário para os comerciantes que estavam sem telefone. Muitos queriam publicar mensagens de condolência, mas não sabiam como. April acabou escrevendo a maioria, já que o contato publicitário que trabalhava para ela se mandou para Massachussets. Graças à iniciativa de April, a edição pós-atentados do Trib esteve recheada de anúncios. Outro problema que teve de ser enfrentado foi o excesso de material. Segundo Carl Glassman, marido de April e também editor do jornal, seriam necessárias 700 páginas para publicar tudo que as pessoas lhe haviam contado. Acabaram saindo só 48 páginas e ele foi obrigado a se desculpar com as pessoas cujas histórias ficaram de fora.
O casal Alison e Robert Simko, que publicam o Battery Park City Broadsheet se sentiram na obrigação de publicar o folheto quinzenal após ouvirem as histórias da vizinhança. "A história estava se fazendo bem debaixo de nossos narizes e tínhamos de fazer algo para que saísse", conta Robert. Eles foram obrigados a deixar seu apartamento nos primeiros dias e seus filhos tiveram de mudar de escola. A tiragem foi reduzida de 9.000 para 5.000 e o número de páginas caiu de quatro para dois, mas, mesmo com apenas dois anunciantes, o Broadsheet saiu.