RÁDIO
Lowry Mays, presidente da maior companhia de rádio dos EUA, a Clear Channel, rebateu as acusações feitas pelo roqueiro Don Henley de supostos procedimentos comerciais nocivos da rede, que, com o relaxamento das leis de propriedade de mídia, em 1996, cresceu de 40 estações para mais de 1.200. Diante do Comitê de Comércio do Senado, Mays negou que cobra "jabá" para tocar músicas e que se aproveita do tamanho da rede para eliminar concorrentes menores. Ele afirmou que a empresa cresceu graças a meticulosas pesquisas de mercado. Atualmente, ela abocanha um quarto do dinheiro investido por anunciantes no rádio americano.
Henley, que com sua banda Eagles foi o maior sucesso de vendas de todos os tempos nos EUA, acusou a Clear Channel de boicotar artistas que não aceitam fazer shows pela empresa de promoção que ela controla. Ele não é o único a fazer críticas. Artistas e analistas do mercado têm se queixado do excesso de poder da rede. Como aponta Andy Sullivan, da Reuters [30/1/03], a discussão acontece numa época em que a FCC (sigla em inglês para Comissão Federal de Comunicações) planeja diminuir ainda mais as restrições à propriedade de veículos de comunicação.
A Clear Channel tem sido usada como exemplo pelos que apóiam a desregulamentação e pelos que a condenam. Para alguns, ela é exemplo de companhia que se fortaleceu graças à consolidação de mercado. Para outros, ela é atua de modo prejudicial no sentido de uniformizar a programação ignorando características próprias das regiões em que opera e eliminando postos de trabalho.