FORÚM
Recentes manifestações do novo presidente da TV Educativa do Rio de Janeiro, dando como inevitável a montagem de uma nova grade de programação da emissora que dirige, podem colocar em risco a consolidação de uma Rede Pública de TV no país?
Fernando Barbosa Lima
Eu acredito e sempre acreditei na Rede Pública de Televisão. Em toda a minha vida profissional, criando e construindo mais de 100 programas, eu sempre defendi uma TV que soubesse colocar o interesse público acima do interesse comercial.
Neste momento, quando assumo a direção da TVE do Rio de Janeiro, não pretendo me afastar da Rede Pública de Televisão.
Entretanto, ao enfrentar essa nova missão, num momento dramático da TVE, tive que criar uma nova grade de programação.
Para isso fui obrigado a deslocar alguns programas produzidos pela Rede Pública ? a maioria da TV Cultura ? para abrir novos espaços para a cultura carioca, através de programas produzidos pela TVE e por produtores independentes do Rio.
Na verdade, é uma medida de emergência buscando melhorar os índices de audiência e a nossa identificação com a vida cultural do Rio, já que a TVE é tão querida dos cariocas.
Até então, os programas da Rede Pública, em horário nobre, estão abaixo da linha de 1% de audiência, colocando a TVE em último lugar no Rio de Janeiro.
Na nova grade de programação, ainda em estudo, os programas da Rede Pública continuam mas, como indica o bom senso profissional, foram deslocados para horários de menor evidência e comprometimento de audiência.
Os acordos de intervalos comerciais serão totalmente respeitados e, com a possibilidade de subir de audiência, beneficiando todos os anunciantes da Rede Pública.
Diante desses fatos acredito e espero a compreensão de todos os companheiros ? afinal, todos estamos empenhados em construir uma televisão que saiba e possa servir ao nosso povo.
(*) Presidente da TVE do Rio de Janeiro. Mensagem lida na reunião da Rede Pública de TV, 22/3/2001.
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