HOLLYWOOD
A indústria cinematográfica americana está mergulhando na onda da internet. Os sites criados para os novos lançamentos de filmes das férias de verão ? nos Estados Unidos ? são em geral bem feitos, e muitos realmente envolventes, disse Matthew Mirapaul [The New York Times, 28/5/01].
"No final do dia nosso trabalho é vender ingressos", afirmou Don Buckley, executivo da Warner Brothers Pictures responsável pelos sites de A.I. (inteligência artificial) e outras novidades do verão. O website criado para a divulgação do novo filme de Steven Spielberg <http://aimovie.warnerbros.com/> é apresentado pelo próprio computador, denominado Chatbot, que dialoga com o internauta, fazendo perguntas e trazendo às vezes bizarras respostas.
A teoria diz que os sites devem contribuir com o filme de forma criativa, mas nos últimos anos esse tem sido um caso raro. Vê-se na rede sites promocionais convencionais, com releases, biografias, fotos e trailers. No entanto, esse formato clichê está sendo substituído por materiais básicos que ficam disponíveis apenas online.
O site de A.I. traz, por exemplo, uma linha do tempo com a história do progresso dos robôs desde 1400 a.C., e exibe entrevistas gravadas com especialistas em inteligência artificial. Seu projeto mostra que os sites de filmes estão finalmente adquirindo certa autonomia e desenvolvendo formas originais, que vão além da simples propaganda. No entanto, é impossível avaliar seu sucesso além do aspecto de originalidade, até que ela se converta em vendas. "Esses sites continuarão a se aprimorar?", perguntou Mirapaul a Chatbot. "Não posso dizer com certeza", respondeu a "máquina".
Após escrever uma coluna de fofocas e festas de Hollywood por quase 26 anos, George Christy foi suspenso no Hollywood Reporter. A Screen Actors Guild (SAG), associação de atores americanos, deu início a uma investigação devido a alegações de que o colunista aceitou benefícios de saúde e favores de produtores de um filme do qual não participou.
Lynda Miller, porta-voz do Reporter, disse no dia 27 de maio que a coluna de Christy não seria mais publicada. Executivos do jornal disseram que outra seção sobre festas e bastidores de Hollywood deve substituí-la. De acordo com Bernard Weinraub [The New York Times, 28/5/01], a controvérsia acerca de Christy enervou o Reporter por um mês e levantou questões maiores sobre formas contrastantes com que jornalistas têm feito carreira na terra da Marlboro. No mês passado, a editora do jornal Anita M. Busch, o repórter David Robb e a editora de filmes Beth Laski pediram demissão quando o publisher do jornal, Robert J. Dowling, recusou-se a dar artigo sobre o inquérito aberto pela SAG. Christy, que também é ator, disse que tirará um tempo de folga para ajeitar as coisas. "Espero voltar logo a trabalhar em minha coluna", afirmou.
Christy já foi investigado duas vezes anteriormente ? em 1993 e 1998 ? sob alegações semelhantes. O jornal também investiga se Christy recebeu presentes caros depois de mencionar em sua coluna companhias que os cederam.
LEITORADO
Os números mostram que os americanos leitores de jornais têm diminuído nos últimos 30 anos, mas John Lavine trouxe fortes evidências de que indústria está mais forte do que em qualquer outro momento desde 1940, e pode fortalecer-se ainda mais. Professor de Jornalismo e Negócios, Lavine é diretor do Instituto de Leitores do Centro de Administração de Mídia da Universidade Northwestern, de Chicago, EUA. Em 1999, iniciou um estudo sobre a queda do público-leitor, a pedido dos próprios editores e publishers. Os resultados foram divulgados este mês, disse William German [The San Francisco Chronicle, 25/5/01], e há mais por vir.
A pesquisa selecionou 100 jornais de diferentes mercados e tamanhos e enviou 100 mil questionários a residentes de comunidades selecionadas, cada um com 450 questões. Mais de 37 mil responderam. O time comparou os resultados com sua própria avaliação das 100 publicações, que incluiu leitura e análise de 47.500 matérias, fotos e gráficos, além de investigações sobre cada empresa e suas práticas administrativas.
As conclusões indicam oito pontos estratégicos para aumentar o público-leitor, todos a serem seguidos simultaneamente, de acordo com Lavine. Em resumo, os jornais devem ser criativos e trazer muitas notícias locais. O relatório pede um maior esforço em outros tópicos, que vão de estilo de vida a desastres naturais. Em todos eles, a dica: as notícias são melhores quando mais bem contadas, mais fáceis de se encontrar e ler. Entrega e impressão devem ser excelentes, e a cultura da companhia proprietária tem que ser "construtiva".
Enfim, para atrair mais leitores e manter os antigos, deve-se fazer o jornal com que o cidadão comum sempre sonhou.