FOLHA, "MACEDÔNIA" & FYROM
Roberto Lopes (*)
Desde 1998, pelo menos, o caderno Mundo da Folha de S.Paulo publica mentiras absurdas e apóia crimes que são ofensas à humanidade. Mentiras disseminadas por governos e empresas para os quais alguns bilhões de dólares a mais na venda de armas compensam a falsificação da história e a colocação em risco das vidas de milhões de inocentes.
Mesmo quando confrontada com informações detalhadas e argumentos irrefutáveis sobre as mentiras que publica, a Folha não corrige seus erros, não pára de publicar o que está errado e ainda impede que as informações sobre seus erros sejam compartilhadas com os leitores.
A Folha tenta acobertar ou minimizar os seguintes crimes:
** O genocídio de milhões de armênios, assírios e gregos, perpetrado pela Turquia entre 1894 e 1955.
** A brutal invasão de 37% do Chipre, a qual já se estende por quase 27 anos, também pela Turquia.
** A atual perseguição dos curdos, outro crime da Turquia.
** Os esforços para falsificar a história da Grécia e roubar parte de seus territórios, iniciados pela Iugoslávia nos anos 1940 e agora empreendidos pela ex-República Iugoslava da Macedônia (Fyrom).
Estes crimes contra a humanidade são fatos inquestionáveis, os quais podem ser facilmente verificados. Eles são condenados por governos em todo o mundo e também pela ONU. Mesmo assim, a Folha publica mentiras ultrajantes sobre eles.
Por outro lado, as mentiras publicadas no Mundo podem ser completamente refutadas em apenas alguns minutos, o que demonstra uma total falta de respeito da Folha pela verdade e pelos leitores.
Não é uma coincidência que três dos quatro crimes citados tenham sido perpetrados pela Turquia e que também três daqueles quatro tenham vitimado os gregos. Os crimes estão relacionados. Com o fim da Guerra Fria, a Turquia se tornou o principal bastião do governo dos EUA na sua permanente luta contra a paz. A Turquia se tornou uma arma nas mãos dos EUA, como já havia sido uma arma nas mãos da Alemanha, logo antes e durante a Primeira Guerra Mundial.
Apagando a história
O poder na Turquia é, na prática, exercido pelos militares. Eles podem, por exemplo, exigir a troca do governo. Este regime totalitário, baseado no culto à personalidade de Mustafá Kemal (precursor de Adolf Hitler e Josef Stalin como autor de genocídios de milhões) cria condições ideais para que a Turquia funcione como uma marionete do governo dos EUA.
Além de ser um dos principais mercados para as armas feitas nos EUA, as agressões e ameaças da Turquia não permitem que a Grécia reduza seus gastos militares. Enquanto a maioria dos países da União Européia reduz seus gastos militares, a Grécia é obrigada a aumentá-los.
É relevante notar que 1998 marcou a visita de um jornalista da Folha à Turquia, que viajou a convite do governo turco, e a visita do ministro turco de Relações Exteriores à sede da Folha.
Uma leitura atenta dos artigos apócrifos (agências internacionais não significam nada) da Folha permite ver claramente a intenção de se acobertar aqueles crimes e até de tentar culpar as vítimas. Os EUA e seu aliado/cúmplice automático, a Inglaterra, lucraram e ainda lucram muito com aqueles crimes e portanto trabalham para acobertá-los e para tentar apagar da história fatos que deveriam ser conhecidos por todos.
Objetivo claro
Enquanto há muitos sobreviventes dos genocídios dos armênios, do assírios e dos gregos no Brasil, bem como seus descendentes, e a invasão do Chipre e a perseguição aos curdos são pouco conhecidas por ainda estarem ainda em curso. Muito pouco se sabe sobre o outro crime citado. O menos conhecido é também o crime mais apoiado e, por isso, faz-se necessária uma breve descrição do esforço para criar do nada uma relação entre o povo de Fyrom e o povo da Grécia ? e, a partir daí, uma relação (de posse) entre aquele país e os mais ricos e estratégicos territórios da Grécia: a província da Macedônia.
O país que grande parte da imprensa brasileira chama incorretamente de Macedônia não tem absolutamente nenhuma relação histórica, cultural ou lingüística com a Macedônia.
Fyrom era conhecida como Vardarska até os anos 1940, e antes disso era apenas Sérvia do Sul. O nome oficial do país ainda não foi definido, e a ONU reconhece somente Fyrom, isto é, The Former Yugoslav Republic of Macedonia (A ex-República Iugoslávia da Macedônia, como pode ser visto em www.un.org/Overview/unmember.html).
A mudança do nome daquele território da Iugoslávia foi uma das várias ações que têm como objetivo o roubo de territórios da Grécia ? neste caso os 70% do antigo território da Macedônia (parte da Grécia há milênios, tal qual o Peloponeso ou a Tessália, por exemplo) que permaneceram com a Grécia. Um outro objetivo era o de reduzir a influência da Bulgária no território de Fyrom, cuja população é de maioria búlgara.
Apenas mentiras
Outras ações incluíram alterar o dialeto búlgaro do território e passar a chamá-lo (nos anos 1940) de "macedônio" e mudar o censo para apagar quase todos os búlgaros e os sérvios do local e "transformá-los" no que eles passaram a chamar de "macedônios", apesar de o povo de Fyrom ter chegado à região somente na Idade Média e, obviamente, não ter relação alguma com os macedônios, que eram e são gregos como quaisquer outros gregos.
Uma reveladora ação tomada por Fyrom foi a tentativa de usar a bandeira macedônica, a qual inclui a Estrela de Vergina, um antigo símbolo macedônico. É claro que aquela é a bandeira da província grega da Macedônia. Diferentemente do uso impróprio do nome "Macedônia", aquela ação já foi neutralizada pela Grécia, há alguns anos. A tentativa frustrada de usar a mesma bandeira que a província grega da Macedônia claramente mostra os reais caráteres e a motivação das mentiras disseminadas por Fyrom e no interesse de Fyrom.
É evidente a intenção dos EUA de plantar as sementes dos conflitos que podem manter sua indústria militar lucrativa por muitos outros anos. Ao disseminar mentiras, a Folha se alinha àquela estratégia. A total incapacidade do jornal de refutar relatos detalhados sobre as mentiras que publica é mais uma demonstração de que elas são apenas mentiras. Ainda mais preocupante é a determinação da Folha em evitar que informações sobre suas mentiras cheguem ao Painel do Leitor, o que sugere que mentir talvez tenha se tornado um objetivo do jornal.
(*) Programador de computadores, estudante de Ciência da Computação e pesquisador de História
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