1735
Nascimento do pai de Hipólito, Félix da Costa Furtado de Mendonça, em Nossa Senhora de Nazaré de Saquarema (RJ), o qual viria a falecer em 27 de junho de 1819, em Pelotas (RS).
1741
5 de setembro: nascimento da mãe de Hipólito, Ana Josefa Pereira de Mesquita, na Colônia do Sacramento, onde seria batizada em 14 do mesmo mês.
1773
16 de junho: casamento dos pais de Hipólito, Félix da Costa Furtado de Mendonça e Ana Josefa Pereira de Mesquita, na Colônia do Sacramento.
1774
25 de março: nascimento de Hipólito, na Colônia do Sacramento, povoação portuguesa na margem oriental do Rio da Prata, hoje território do Uruguai.
2 de abril: batismo de Hipólito pelo Padre João de Almeida Cardoso, na matriz da Colônia.
1792
Hipólito parte para a Europa, de onde nunca mais retornaria ao Brasil.
29 de outubro: matricula-se na Universidade de Coimbra.
1796
Forma-se em filosofia na Universidade de Coimbra.
1797
18 de fevereiro: data em que foi registrado o brasão de nobreza da família de Hipólito.
1798
5 de junho: forma-se em leis na Universidade de Coimbra.
22 de setembro: recebe instruções de d. Rodrigo de Sousa Coutinho, ministro da Marinha e do Ultramar, para cumprir missão nos Estados Unidos e México com a finalidade de coletar informações a respeito de agricultura e indústria.
16 de outubro: partida para a América do Norte na corveta William.
13 de dezembro: chegada a Filadélfia.
1799
20 de janeiro: envia sementes de 192 espécies vegetais para Portugal.
12 de março: é iniciado na Loja Maçônica “Washington”, em Filadélfia.
24 de março: escreve para d. Rodrigo sobre as dificuldades para obter espécimes da cochonilha.
15 de abril: informa a respeito das dificuldades em obter autorização para ir ao México.
15 de junho: envia memórias sobre a cultura do bicho-da-seda e outras.
Segundo semestre: viaja pela região nordeste dos Estados Unidos.
1800
30 de agosto: última carta de Hipólito enviada dos Estados Unidos.
Setembro/outubro: regresso a Portugal.
Publicação, em Lisboa, dos opúsculos de Hipólito denominados Descrição da árvore açucareira e da sua utilidade e cultura e Descrição de uma máquina para tocar bomba a bordo dos navios sem o trabalho de homens.
1801
Publicam-se, em Lisboa, as traduções de Hipólito para os trabalhos Memória sobre a broncocele ou papo da América Setentrional, de Benjamin Smith Barton; História breve e autêntica do Banco da Inglaterra, de E. Fortune; e o primeiro volume de Ensaios políticos e filosóficos, de Benjamin Rumford.
Escreve, também em Lisboa, a Memória sobre a viagem aos Estados Unidos, que somente viria a ser publicada muitíssimo depois no volume XX da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
7 de dezembro: nomeado por decreto real para integrar a junta administrativa da Impressão Régia.
1802
Março/abril: parte para Londres.
Maio: encontra-se em Londres, para onde foi enviado pelo ministro do governo português d. Rodrigo de Sousa Coutinho, a fim de comprar livros para a Biblioteca Pública e máquinas para a Impressão Régia. Trata também, por sua conta e risco, de interesses maçônicos, procurando estabelecer a filiação das primeiras lojas portuguesas à Maçonaria inglesa. Acredita-se que tenha então estabelecido esse contato inicial com o apoio do duque de Sussex, que depois haveria de ser seu grande protetor.
Fins de julho: regressa a Lisboa e, três ou quatro dias após a chegada, é preso por ordem de Pina Manique, chefe de Polícia, e levado para a prisão do Limoeiro sob a falsa alegação de que viajara ao exterior sem passaporte, quando a perseguição que sofria resultava, em verdade, do fato de ser maçom.
1803
Janeiro: é transferido para os cárceres da Inquisição, tribunal religioso do Santo Ofício, onde permaneceria, segundo ele mesmo contou depois, “dois anos e meio num pequeno quarto de 8 por 12 pés, mobiliado com um enxergão, uma bilha e um vaso, que se despejava de 8 em 8 dias, enquanto eu ia à missa”.
1804
Permanece prisioneiro em Lisboa, submetido a interrogatórios promovidos por padres inquisidores.
1805
Talvez em agosto: consegue fugir da prisão.
Nos meses seguintes: permanece escondido em lugares até hoje parcialmente desconhecidos, em Lisboa.
Final do ano: chega a Londres, depois de passar de Portugal para a Espanha e a Gibraltar.
Nesse ano são publicadas as Cartas sobre a Framaçonaria, atribuídas a Hipólito, mas de autoria controvertida.
1806/1807
Vive em Londres e, para prover seu sustento, faz traduções e dá aulas.
1808
31 de março: é admitido à Loja Maçônica “Antiquity”, em Londres.
Junho: lança o primeiro número de O Correio Braziliense ou Armazém Literário, impresso na oficina de W. Lewis, em Londres, mensário que seria publicado até 1822, somando 175 números agrupados em 29 volumes.
1809
Publicação, em Londres, do livro História de Portuga“, composto por “uma sociedade de literatos”, no qual o nono capítulo é de Hipólito.
Início da primeira tentativa de suborno a Hipólito pelo governo português, que promete comprar 500 assinaturas do jornal.
27 de março: aviso de Rodrigo de Sousa Coutinho ao juiz da alfâacirc;ndega do Rio de Janeiro proíbe a entrada do Correio Braziliense no Brasil e sujeita ao confisco os exemplares ali desembarcados.
1810
São publicados em Lisboa e em Londres vários folhetos de crítica ao Correio Braziliense, por encomenda do governo português.
É pintado, provavelmente por G. H. Harlow, o retrato a óleo de Hipólito que serviria de modelo para a gravura em metal, produzida por H. R. Cook no ano seguinte e que aparece na Narrativa da perseguição.
Maio: encerram-se as tentativas de suborno, sem êxito para o governo.
1811
Sai a lume, simultaneamente em inglês e português, A narrative of the persecution ou Narrativa da perseguição, de Hipólito, publicado em Londres por W. Lewis.
Hipólito publica sua Nova gramática portuguesa e inglesa, sempre em Londres.
Escreve ainda uma peça teatral, O Amor d?Estranja, que permaneceu em forma manuscrita até recentemente. (Está publicada em O jornalismo na emigração, de João Pedro Rosa Ferreira, Lisboa, INIC, 1992.)
Julho: publicação em Londres do primeiro número de O Investigador Português, jornal financiado pelo governo português contra Hipólito, e que perdurou até 1821.
17 de setembro: é proibida a circulação do Correio Braziliense em Portugal.
1812
Participa da fundação da loja maçônica “Lusitana 184”, em Londres.
Início das negociações por parte de d. João para “amaciar” o Correio Braziliense que, embora poupando o monarca, nunca deixou de atacar seus ministros e externar idéias com liberdade e vigor.
1813
Nomeado grão mestre provincial da província maçônica inglesa de Rutland.
Março: primeira proposta de Hipólito no sentido de que fosse transferida a capital do Brasil para o interior, junto “às cabeceiras dos grandes rios”.
1814
Participa, como fundador, da loja maçônica “Royal Inverness”, em Londres.
Março: primeira manifestação de Hipólito contra o regime da escravatura.
1815
8 de maio: inicia-se perante a justiça britânica um processo movido contra Hipólito por Domingos de Sousa Coutinho, embaixador português junto ao governo inglês. (O processo foi arquivado, anos depois, pelo não comparecimento do embaixador a depoimento.)
1816
O Correio Braziliense muda de impressor e passa a ser produzido nas oficinas de L. Thompson, também em Londres.
1817
4 de maio: partida do navio Mary, trazendo para o Brasil, sob os cuidados do capitão James Northon, um menino então com 10 anos, filho de Hipólito e de mãe desconhecida, nascido na Inglaterra e chamado José Félix, que viria a assentar praça na Marinha brasileira em 1824, da qual deu baixa em 1868.
7 de julho: casamento de Hipólito com Mary Ann Troughton, na igreja de Santa Maria, paróquia de Lambeth, em Londres, constando entre os padrinhos o duque de Sussex.
1819
Janeiro: nascimento de Augusta Carolina, filha de Hipólito e Mary Ann, a qual, ainda que casasse, não teve filhos.
18 de dezembro: nascimento de Anne Shirley, segunda filha do casal, batizada em 18 de janeiro de 1820, a qual, com seu marido Whitworth Porter, daria origem a toda a descendência inglesa de Hipólito.
1820
Publica a monografia maçônica Sketch for the History of the Dionysian Artificers.
Setembro: o Correio Braziliense (25: n?. 148) noticia a eclosão da Revolução do Porto em Portugal.
1821
Fevereiro: nascimento de Augusto Frederico, filho caçula de Hipólito que seria morto por piratas em Hong Kong, a 25 de fevereiro de 1849, ainda solteiro e sem descendência.
1822
Outubro: o Correio Braziliense (29: n?. 173) anuncia e comenta a independência do Brasil, para ele ocorrida em 3 de junho de 1822, data do decreto por meio do qual d. Pedro convocou a Assembléia Constituinte do Brasil.
Dezembro: o Correio Braziliense (29: n?. 175) informa que deixará de circular.
1823
6 de fevereiro: envia a José Bonifácio de Andrada e Silva o trabalho Apontamentos para um plano de correios, estradas e colonização no Brasil, um detalhado projeto para o emprego, no Brasil, de imigrantes assalariados, idéia que Hipólito já defendera algumas vezes no Correio Braziliense.
9 de fevereiro: José Bonifácio manda oferecer a Hipólito o cargo de cônsul geral do Brasil na Inglaterra.
20 de abril: Hipólito responde, aceitando a oferta.
4 de agosto: substitui interinamente Caldeira Brant, encarregado de Negócios de d. Pedro I na Inglaterra, que então retorna ao Brasil.
11 de setembro, cerca de 5 horas da manhã: falecimento de Hipólito, em Londres, na sua residência, situada em Lower Philimore Place, 7, Kensington.
16 de setembro: um ofício é assinado, no Brasil, para comunicar a Hipólito sua nomeação ao cargo de cônsul geral.
17 de setembro: sepultamento de Hipólito na igreja de Santa Maria Virgem, em Hurley.
Dezembro: o Gentleman?s Magazine, de Londres, publica o necrológio de Hipólito.
1824
29 de outubro: decreto de d. Pedro I, do Brasil, determina o pagamento de uma pensão mensal de 100 libras para Mary Ann, viúva de Hipólito.
1831
13 de junho: Mary Ann envia carta, sendo portador o seu filho Augusto Frederico, a d. Pedro I, então na França, para agradecer ao imperador os favores recebidos.
1936
Republicado o Sketch for the History of the Dionysian Artificers, em Los Angeles, por iniciativa da The Philosophical Research Society Press.
1942
30 de abril: batizado em São Paulo um pequeno avião com o nome de “Hipólito da Costa”, por iniciativa do jornalista Assis Chateaubriand, promotor da campanha “Asas para o Brasil”, sendo padrinho Elmano Cardim, diretor do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
1952
4 de março: primeira carta de Gastão Nothman endereçada a Carlos Rizzini, marcando o início das novas pesquisas a respeito de Hipólito desenvolvidas na Inglaterra.
1954
Janeiro: publicados no Pennsylvania Magazine of History and Biography“, revista da Universidade da Pensilvânia, excertos, traduzidos para o inglês, do “Diário de minha viagem à Filadélfia”, de Hipólito.
1955
Publicação no Rio de Janeiro e por iniciativa da Academia Brasileira de Letras de duas obras de Hipólito até então inéditas: Diário de minha viagem a Filadélfia e Copiador e registro das cartas dirigidas a d. Rodrigo de Sousa Coutinho.
29 de outubro: publicação na revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, de um artigo de Carlos Rizzini que, pela primeira vez, anuncia publicamente o local em que Hipólito encontrava-se sepultado.
1957
Lançamento das duas principais biografias de Hipólito: Hipólito da Costa e o Correio Braziliense, de Carlos Rizzini, e Hipólito da Costa e o Correio Brasiliense, de Mecenas Dourado.
6 de setembro: substituição da lápide no túmulo de Hipólito, em Hurley, por iniciativa de Gastão Nothman.
1958
9 de janeiro: cerimônia realizada no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, na qual Rosemary C. Porter, trineta de Hipólito, doa um dos retratos de seu ilustre ancestral ao Governo Brasileiro.
2001
4 de julho: inumação dos despojos de Hipólito no Museu da Imprensa Nacional, em Brasília.
(*) Professor universitário há mais de trinta anos. Lecionou na Universidade de São Paulo, na Faculdade de Comunicação Cásper Líbero e em outras instituições de ensino, como a Escola Superior de Jornalismo, no Porto (Portugal). Atualmente, dá aulas no curso de jornalismo da FIAM, em São Paulo, cidade na qual também foi advogado e procurador municipal. Publicou 26 livros, que se dividem em a) obras técnicas nas áreas de direito e história da comunicação e da arte, como O controle da informação no Brasil (Petrópolis: Vozes, 1970), Direito da comunicação (São Paulo: Revista dos Tribunais, 1976), Comunicação ? Do grito ao satélite (4a. ed. Campos do Jordão: Mantiqueira, 2001) e Legislação da comunicação social ? curso básico (no prelo); b) livros para o público geral, sendo mais conhecidos os livros de viagem nos quais o narrador é o seu cão; e c) literatura infanto-juvenil. É também artista plástico, dedicando-se à xilografia e à pintura. Organizou e dirige a Casa da Xilogravura, museu fundado em 1987, na cidade de Campos do Jordão.