TELEVISÃO
Estudo da Henry J. Kaiser Foundation mostra que boa parte dos americanos praticamente nasce vendo TV. Mais de 25% das crianças de até 2 anos nos EUA têm televisores em seus quartos. Em um dia normal, 59% delas assistem a programas de TV e 42% a alguma fita VHS ou DVD. O tempo médio gasto por elas com algum tipo de mídia é pouco mais de duas horas diárias. Uma em cada 10 tem um controle remoto especial para crianças e mais de um terço dos pequenos entre 6 meses e 6 anos vivem em casas em que a televisão fica sempre ligada, mesmo que ninguém esteja assistindo. Autores da pesquisa observam que, apesar de não haver relação causal comprovada, os números apontam que as crianças que vivem em lares assim têm menos probabilidade de aprender a ler entre os 4 e 6 anos.
The New York Times [29/10/03] reporta que 32% dos bebês entre 6 meses e 2 anos têm fitas Baby Einstein, coleção de vídeos atualmente publicada pela Disney que serviria para estimular a inteligência. Esse tipo de produto se aproveita da repercussão do chamado "efeito Mozart" ? o conceito de que, ouvindo música clássica, um bebê será mais inteligente. Essa idéia se baseia na noção de que os primeiros anos de vida são os mais importantes para o desenvolvimento do cérebro, algo muito propalado nos anos 90. Já existem inúmeros produtos semelhantes ao Baby Einstein, que em sua primeira edição trazia, por exemplo, cantigas de ninar e contagem de números em inglês, espanhol, alemão, hebraico, japonês e russo.
Um ano após a chegada do seriado britânico Teletubbies aos EUA, a Academia Americana de Pediatria passou a recomendar que menores de 2 anos nunca assistam a televisão e que, em qualquer idade, as crianças não devem ter televisores em seus quartos. O ideal é que os pais assistam junto com os filhos, para saber o que estão vendo. Muitos dos 1.065 pais entrevistados demonstraram saber que a TV pode ser maléfica, mas argumentaram que a realidade do cotidiano é que ela serve para aliviar a tarefa de cuidar das crianças.