THE WASHINGTON POST
Nas semanas que antecederam as eleições americanas, o Washington Post declarou na página editorial o apoio a três candidatos: uma democrata que concorria ao governo de Maryland e dois republicanos ao Congresso, pelos estados de Maryland e Virginia. Além deles, o jornal endossou a realização de um referendo na Virginia sobre o aumento de impostos para aliviar os problemas de transporte da região.
Tanto os candidatos quanto a proposta do referendo perderam a disputa, como informa Michael Getler [10/11/02], o que levou um leitor a perguntar: qual o valor do apoio editorial do Post, se é que há? O ombudsman lembra que os editoriais não precisam escolher vencedores; eles devem ser sucintos e apresentar argumentos em favor de algo ou alguém que considera merecedor de apoio, mesmo que isso desagrade outros. Sempre haverá a possibilidade de os leitores suspeitarem que a opinião dos donos esteja invadindo a cobertura noticiosa. Embora Getler sinta-se seguro ao afirmar a separação entre os departamentos no jornal, diz saber que não pode culpar quem pensa assim.
O editor da página editorial, Fred Hiatt, acha que o apoio do jornal é uma instituição peculiar, posta em discussão todo ano pela equipe e aprovada por ela até agora. "Às vezes apoiamos alguém tendo quase certeza de que não vencerá; em outras, defendemos candidatos que claramente ganhariam em qualquer caso. Na maioria dos casos queremos ter um impacto, e às vezes conseguimos." Quanto aos leitores, Hiatt considera que eles são pensadores independentes, que verão o apoio do jornal como um outro fator ? entre muitos ? a ser considerado, caso o Post faça bem seu trabalho.