MONITOR DA IMPRENSA
COPYRIGHT
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, em 6 de novembro, que ouvirá o apelo dos principais publishers sobre a regra de que precisam obter permissão de colaboradores free-lance antes de publicar suas matérias em banco de dados eletrônico.
A justiça concordou em rever a decisão de que publishers devem fornecer pagamento extra a jornalistas free-lance, fotógrafos e artistas por incluir seus trabalhos na internet sem acordo claro – caso contrário, devem remover o material.
De acordo com matéria de James Vicini [Reuters, 6/11/00], apelando à Suprema Corte estavam a New York Times Co., o Newsday da Tribune Co., a revista Time, da Time Warner Inc., a Lexis/Nexis, unidade do grupo Reed Elsevier, e a University Microfilms International, da Bell & Howell Co.
Laurence Tribe, professor de direito da Universidade de Harvard, representou os publishers no pedido de revisão do caso. Ele disse que a decisão em questão lançou uma regra nacional que garantiu intervenção imediata da Suprema Corte "porque causará danos irreparáveis a arquivos eletrônicos de toda a nação". Tribe afirmou que os publishers seriam forçados a apagar "dezenas de milhares" de contribuições de free lancers guardadas em arquivos eletrônicos. Disse, ainda, que haveria "destruição de CD-ROMs no atacado" que contivessem periódicos com apenas alguns artigos de free lancers.
Os advogados dos jornalistas responderam que os publishers exageraram sobre o impacto da regra. A Suprema Corte ouvirá argumentos sobre o caso no ano que vem, prevendo decisão para junho.
INGLATERRA
Jeff Randall, jornalista econômico, foi recrutado pela BBC para transformar a cobertura "esnobe" da emissora. A BBC pedirá desculpas pela prévia falta de interesse da corporação em assuntos de negócios e declarou que o encontro com seu primeiro editor de negócios marca o início de uma nova era da forma com a qual a BBC lida com o assunto.
De acordo com matéria de Paul McCann [The Times, 6/11/00], Randall, editor do Sunday Business, é um jornalista respeitado que tem sido cortejado por diversas organizações midiáticas internacionais desde que anunciou seus planos de deixar o jornal, em fevereiro.
Randall aparecerá nas telas durante os noticiários da BBC e será responsável por criar um departamento de business. A BBC nunca teve um editor nesse setor, apesar de ter centenas deles nas áreas sociais e artísticas. O fato era encarado como gesto esnobe da BBC no passado, como se fosse algo com que não se deveria sujar as mãos. Hoje, no entanto, a Inglaterra é bem mais empresarial e mais pessoas – inclusive todas as mulheres no mercado de trabalho –, estão interessadas em economia.
O estilo sincero de Randall e suas inclinações conservadoras chocam executivos mais requintados da BBC. Seu sucesso como jornalista foi embasado em amizades com industriais e fofocas durante o curso de golfe.
CNN
Bernard Shaw, jornalista que por 20 de seus 60 anos deu forma à CNN, disse em 10 de novembro que deixará a emissora em fevereiro. Shaw anunciou sua decisão no ar a telespectadores de todo o mundo, no fim de Inside Politics, programa diário do qual é âncora. Segundo ele, sua saída deve-se ao plano de escrever sua autobiografia.
A época, segundo matéria de Lisa de Moraes [The Washington Post, 11/11/00], não poderia ser pior para a CNN. A emissora encontra-se no âmago de uma crise de identidade. Competição de novas emissoras a cabo como CNBC, Fox News Channel e MSNBC, além da falta de plantões para matérias de última hora, afetaram a audiência da CNN, chacoalhando a administração no último verão dos EUA. Entre as mudanças, incluiu-se a demissão de Rick Kaplan, presidente da CNN no país.
A partida de Shaw levará, sem dúvida, a mais mudanças no canal. Suas reportagens de janeiro de 1991, com bombas explodindo próximas à janela de seu quarto de hotel em Bagdá, durante a Operação Tempestade no Deserto, pôs a CNN no mapa, ao lado de um correspondente do El País, que também pôde noticiar o evento.
Shaw também estava em foco em 1988, ao mediar o debate presidencial e abri-lo perguntando ao candidato democrata Michael Dukakis, oponente de muito tempo à pena de morte: "Se Kitty Dukakis fosse estuprada e assassinada, você seria favorável a pena de morte irrevogável ao criminoso?"
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