MÍDIA E PORNOGRAFIA
A editora da revista Playboy ganhou na Justiça o domínio de internet PlayboyOnline.com, controlado por ativistas antipornografia. Árbitros da Wipo (World Intellectual Property Organization), que julgam disputas internacionais por marcas registradas, ordenaram que o domínio fosse retirado da organização, fundada por ninguém menos que Tonya Flint, filha do criador da revista pornográfica Hustler, Larry Flynt.
Segundo Steven Bonisteel [Newsbytes.com, 27/11/01], a fundação de Tonya tem um certo Project Internet Intervention, uma rede de computadores que hospeda centenas de páginas para redirecionar internautas desavisados que procuram pornografia para sítios de conteúdo antipornô.
Os advogados da Playboy alegaram que a página de Tonya não era apenas de protesto, mas exibia também anúncios comerciais da DVD Universe e do sítio de busca Overture, que pagam comissão aos afiliados. Tonya também não teria respondido à reclamação, o que fez com que a Wipo considerasse o domínio "confusamente similar" ao da revista, devendo ser transferido, a não ser que ela entre com recurso.
Após um longo atraso, a FCC, agência que regula as telecomunicações nos EUA, obedecerá à ordem judicial que manda anular a norma que exige das companhias de TV a cabo o embaralhamento das freqüências da programação sexualmente explícita. A lei foi criada porque o "vazamento de sinal" permitia que não-assinantes vissem canais adultos.
Há três anos, um tribunal federal concordou com a Playboy Enterprises em que a lei era inconstitucional. A Corte Suprema confirmou a sentença, mas cabia à FCC se livrar oficialmente da regulamentação. Pamela McClintock [Variety, 26/11/01] relata que Michael Copps, um dos conselheiros, pediu à agência que estude outras maneiras de proteger crianças do acesso a conteúdo sexual.
Conta a Associated Press (26/11/01) que a America Online recentemente teve que remover um link de sua seção infantil por ter mudado de conteúdo.
Até 6/11, o sítio 100 Percent Girls, recomendado pela página Kids Only, dedicava-se à moda e a outras amenidades para meninas. O registro, porém, falhou, e uma companhia turca usou o título num sítio de pornografia.
A página estava acessível mesmo para não-assinantes da AOL.
E-MAILS COMERCIAIS
Em matéria para o New York Times (27/11/01), Floyd Norris e Gretchen Morgenson revelam que os sítios do próprio jornal e do CBSMarketWatch distribuíram por e-mail a usuários registrados propaganda de ações obscuras sem verificar as informações.
Internet Marketing Solutions Inc., companhia de relações públicas, pagou aos sítios para enviar e-mails promovendo ações das empresas Liquidix Inc. e UniverCell Holdings. A matéria conta que a companhia é proprietária da Stock Topics.com, que distribuiu as promoções por e-mail, e da Wall Street Alert, que escreveu as mensagens. O próprio e-mail promocional informa que a Alert recebeu 250 mil ações da Liquidix e US$ 100 mil em dinheiro para promovê-la; a UniverCell pagou 300 mil ações. A mensagem também comunica que a Internet Marketing Solutions e pessoas da empresa podem "comprar ou vender a qualquer hora" ações que eles mesmo promovem.
Após reclamações, a NY Times Co. lamentou o erro e afirmou que de agora em diante haverá um "processo mais formal de aprovação" dos anúncios, com autorização do gerente geral do jornal na web e do vice-presidente executivo da divisão digital da empresa. Até então, cabia à equipe ver se os produtos se adequavam à linha da empresa.
Larry Kramer, executivo da CBSMarketwatch.com, concorda que foi um erro, lembrando que todo material promocional é enviado ao lado de um aviso, em que a CBS "nega qualquer garantia relacionada ao material do e-mail e não deve ser responsabilizada por riscos decorrentes de quaisquer declarações nele incluídas". O e-mail do Times apenas alerta que a mensagem é "anúncio pago". As duas companhias anunciaram que rotularão de forma mais adequada os e-mails comerciais.