Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Dono único

NEW YORK TIMES

A parceria entre os maiores rivais da imprensa americana chegou ao fim. Donos do International Herald Tribune desde a década de 60, o Washington Post revelou que foi forçado a vender sua parte ao New York Times sob pressão do parceiro. Segundo o presidente e executivo-chefe do Post, Donald Graham, a negociação de US$ 75 milhões foi feita "com relutância" depois que o Times ameaçou reter os investimentos financeiros no jornal e lançar uma publicação para competir com ele.

Peter Behr [Washington Post, 23/10/02] revela que o Times declarou a intenção de transformar o diário em sua voz internacional, mas não tem planos de mudar o nome ou a administração do IHT por enquanto. A porta-voz se limita a dizer que a venda foi de mútuo acordo: "Nós sentimos que o IHT se beneficiaria do comprometimento total de um único proprietário".

"O fato de que eram o Post e o Times fazendo juntos aumentava seu valor e importância", comentou David Ignatius, editor-executivo do International Herald Tribune. "É uma pena ver isso chegando ao fim, era uma parceria maravilhosa." Alex Jones, diretor do Shorenstein Center e ex-repórter do Times, acredita que o jornalão ficou frustrado porque queria divulgar sua marca internacionalmente, "algo que o IHT não pôde realizar". No ano passado, o Times lançou um caderno semanal em inglês no Le Monde, apesar das objeções do Post e do IHT.

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O New York Times declarou que um de seus fotógrafos violou a ética jornalística e a política da companhia ao fazer uma criança posar para foto publicada no mês passado. A imagem ? que ilustrava matéria sobre um grupo de árabe-americanos acusados de operarem uma unidade da al-Qaida ? mostra um garoto de 6 anos apontando uma arma de brinquedo ao lado de um letreiro de comida árabe.

A foto apareceu apenas nas primeiras edições de 20/9. Logo depois, conta James Madore [Newsday, 28/10/02], dois editores de outras empresas contataram o Times porque seus funcionários alegavam que ela teria sido encenada. Uma investigação interna não conseguiu determinar se isto realmente aconteceu, e houve uma segunda tentativa depois que a Columbia Journalism Review começou a apurar o episódio. Embora o fotógrafo, Edward Keating (autor de uma das fotos do 11 de setembro premiadas com o Pulitzer), tenha negado a acusação, o jornal publicou nota aos leitores declarando que se tratava de uma violação da integridade jornalística e que Keating teria reconhecido que o gesto do garoto não foi espontâneo.