CORREIO DO ESTADO, MS
Haroldo Pereira (*)
O Correio do Estado <http://www.correiodoestado.com.br/>, jornal diário de Mato Grosso do Sul, ignorou a apreensão de material de campanha eleitoral fora de época do jornalista e suplente de senador Antônio João Rodrigues. A situação seria estranha se o acusado não fosse dono do principal jornal do estado.
Antônio João quer ser prefeito de Campo Grande pelo PTB, e teve de cerca de 250 exemplares de um jornalzinho de campanha apreendidos, além de adesivos e bonés, na segunda-feira 22/9. O material estava sendo distribuído numa das avenidas mais movimentadas da cidade.
Manchete de capa?
O Ministério Público Federal mandou apreender o material e vai processar o empresário por propaganda ilegal e abuso de poder econômico. Os sites de notícias pela internet e os concorrentes do Correio do Estado, como não poderia ser diferente, deram a informação detalhada. Já o Correio do Estado simplesmente ignorou a apreensão do material de campanha política, um flagrante desrespeito ao leitor sul-mato-grossense.
Aliás, a decisão do Ministério Público é tardia, porque o Sr. Antônio João vem usando suas empresas (jornal, rádio e TV) para promover sua candidatura a prefeito e enfraquecer possíveis opositores. Das três páginas que o jornal dedica diariamente a assuntos sobre política, pelo menos uma traz notícias envolvendo o Sr. Antônio João e seu partido, o PTB.
Isso porque ainda falta mais de um ano para as eleições municipais. Imaginem então quando estivermos à véspera do pleito, o que será feito desse jornal? O empresário teria tomado uma grande decisão e se colocado verdadeiramente como opção diferente ao eleitor se autorizasse a divulgação em seu jornal da apreensão do material irregular de campanha.
Mas preferiu calar a boca de seus repórteres e editores. Fico pensando se a apreensão do material irregular fosse de algum pretenso candidato que não o Sr. Antônio João: o Correio do Estado teria dado manchete de capa ao assunto. Por muito menos, o jornal tem destacado assuntos que nada acrescentam ao leitor-eleitor, mas que satisfazem aos desejos de seu diretor. Uma vergonha para a imprensa de Mato Grosso do Sul.
(*) Empresário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul