RELAÇÕES PERIGOSAS EM VEJA
"Demissão na Veja revela o lado frágil do jornalista e do jornalismo", copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 18/11/01
"Eliana Simonetti, a titular da estratégica editoria de Economia de Veja, também tinha seu lado frágil, ou, como alguns preferem, o seu telhado de vidro. Seu nome, ao lado de dezenas de outros, constava da fatídica agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos, descoberta feita não pela Veja (que o denunciou, exatamente após descobrir indícios de relacionamento promíscuo com o poder, utilizando a tal agenda como principal prova) e sim pelo Correio Braziliense, através dos repórteres Ugo Braga e Ricardo Leopoldo, como revelou matéria publicada por este Comunique-se no Jornal da Imprensa.
Foi o chamado tiro no pé: Veja atirou no que viu, mas permitiu ao Correio Braziliense acertar no que ela, Veja, não viu. Deu, com isso, margem a desconfianças, como, por exemplo, a registrada explicitamente pelo Jornal do Brasil, que não deixou passar em branco o fato de Veja ter tido acesso à agenda e não ter visto ali o nome de sua funcionária. Desconte-se o fato de Veja ter amealhado alguns inimigos no JB – entre eles o proprietário Nélson Tanure, citado na tal matéria da agenda, com foto e tudo, e o próprio editor-chefe, Ricardo Boechat, que viu sua carreira quase desmoronar, depois que Veja publicou grampo de conversas suas com o também lobista Paulo Marinho, executivo que trabalha para Tanure -, mas a fragilidade da revista no episódio é evidente, tanto que optou pela demissão sumária de Eliana.
Sobre Eliana. A ex-editora de Economia de Veja tinha já bons anos na revista. Esteve antes em outros veículos importantes, entre eles Estadão. Brasília foi por um período palco de sua vida profissional e é desse período que vem o conhecimento e o relacionamento com o lobista Alexandre Paes dos Santos, com quem namorou por cerca de dois anos, entre 1991 e 1993. Antes disso, foi casada com o também jornalista Márcio Chaer.
Como vive basicamente do salário e tem quatro filhos que cria praticamente sozinha, não tem o que se poderia considerar uma vida financeiramente folgada. O empréstimo de R$ 40 mil que diz ter contraído com o ex-namorado e ainda amigo, Alexandre Paes dos Santos – ainda não saldado totalmente -, teria como razão maior tratamento de saúde de sua mãe. Quem a conhece mais na intimidade, não duvida desta versão. Um de seus amigos diz que ela vive e depende efetivamente do salário e rala, muito, para sustentar a família, sozinha.
Claro que numa revista como Veja, sofrendo pressões de todos os tipos e de todos os lados, dificilmente alguém passa incólume, sem fazer desafetos. Com Eliana, obviamente, isso não foi diferente. E esse é o outro lado da questão, que expõe nua e claramente os limites profissionais e a chamada volta que o mundo dá. Trata-se de mais um caso emblemático sobre os limites pessoais e profissionais do jornalista no exercício de sua atividade. Quantos colegas se enamoram, casam ou se aproximam de forma perigosa de suas fontes? Dezenas, quiçá centenas. Do mesmo modo, quantos casais nascem nas centenas e milhares de outras atividades profissionais, quantos amantes se encontram nas contendas de trabalho, quantos homens e mulheres se amam ou se aproveitam de uma situação momentaneamente favorável?
É humano, é difícil e as regras falam apenas à razão, não ao coraçãatilde;o ou à emoção das pessoas. Esses, ao contrário daquela, nos traem e pregam peças que realmente precisam ser analisadas com cuidado e servir de lição, sobretudo para não nos deixar cair em tentação."
"?Veja? demite editora ligada a lobista", copyright Jornal do Brasil, 13/11/01
"Revista alega que a responsável pela seção de Economia mantinha ?relacionamento impróprio? com Alexandre Paes dos Santos
A jornalista Eliana Simonetti, editora de Economia da revista Veja, foi demitida ontem por manter ?relacionamento impróprio? com o lobista Alexandre Paes dos Santos, segundo diretores da publicação. O nome dela, os dados de sua conta bancária no posto do Unibanco instalado no prédio da Editora Abril, em São Paulo, os telefones de sua residência e o do celular estão anotados na agenda do lobista, como informa a edição de hoje do Correio Braziliense.
Os repórteres Ricardo Leopoldo e Ugo Braga observam que a anotação 10k aparece ao lado do nome de Eliana na agenda. No código de anotações de Santos, a letra ?K?, significa R$ 1 mil, segundo interpretação da Polícia Federal. Assim, 10k equivaleriam a R$ 10 mil.
No sábado, a jornalista admitiu ao Correio ter recebido dinheiro do lobista. Segundo ela, foi um empréstimo para pagar despesas pessoais. ?No total, acredito que ele deva ter me emprestado perto de R$ 40 mil?. Acrescentou ter pedido a ajuda financeira de Santos pela última vez neste ano. ?Ainda não paguei tudo que devo?, disse.
Os dois, contou ela, conheceram-se em Brasília, em 1991. ?Ele era uma ótima fonte?, comentou Eliana. ?Todo jornalista tem seu lobista.? No mesmo ano, começaram a namorar. O relacionamento durou até 1993, apesar da transferência dela para São Paulo. Tornaram-se amigos, falam-se diariamente. ?Não o vejo há três anos,mas somos próximos?, contou ela ao Correio.
Em 24 de outubro, a revista Veja denunciou as incestuosas relações do lobista Alexandre Paes Santos com funcionários do Palácio do Planalto e de alguns ministérios. Ele tem mais de 30 clientes, executivos de empresas multinacionais. A publicação revirou a agenda pessoal dele e pinçou alguns casos, estampados na edição de 24 de outubro, com uma chamada de capa. Deixou de citar, contudo, as páginas em que aparecia o nome de Eliana, anotado sete vezes no diário.
Este ano, a jornalista e Santos conversaram, pelo menos em 11, 14 e 23 de maio, em 13 e 21 de junho, em 10 e 27 de julho, segundo levantamento da Polícia Federal. A agenda foi descoberta em 10 de outubro, quando uma equipe de policiais federais entrou na casa do lobista, com autorização judicial, e saiu de lá levando fitas de vídeos, gravadores, aparelhos para gravar conversas telefônicas e documentos.
A reportagem de Veja, com fotocópias de páginas da agenda, não deixa dúvida que o repórter da revista teve longo tempo para manusear o documento, fotografar e entrar em contato com os personagens citados nas anotações. Duas funcionárias federais que constam do diário de Santos, foram afastadas, uma delas do Ministério da Saúde, a outra, do Palácio do Planalto. A Veja publicou o caso das duas servidoras federais nas edições de 31 de outubro e 7 de novembro.
Procurado pelo Jornal do Brasil para explicar a posição da revista e desfazer as dúvidas sobre a omissão ou esquecimento do registro da relação da jornalista com o lobista, o diretor da semanal, Tales Alvarenga, segundo a secretária, não estava. O diretor-adjunto, Eurípedes Alcântara, também havia saído. O redator-chefe, Eduardo Oinegue, participava de uma reunião.
Mais tarde, o secretário de redação, Julio Cesar de Barros, enviou um e-mail ao JB. O texto informa: ?Tendo tomado conhecimento de que o nome da editora de Economia consta da agenda do lobista Alexandre Paes Santos, a revista Veja decidiu desligá-la de seus quadros na tarde desta segunda-feira. Depois de ouvir a versão da profissional, a revista considerou o relacionamento impróprio?.
Eliane nega a versão. Segundo ela, ?o diretor da revista (Tales Alvarenga), foi comunicado sobre o meu relacionamento com Alexandre, desde a publicação da primeira reportagem?. Ela disse que ficou surpresa com os termos da nota assinada pelo secretário de redação e se recusou a dar explições sobre seu relacionamento com o lobista.
Alexandre Paes dos Santos negou-se a falar sobre o assunto. O advogado do lobista, Felipe Amoedo, se disse ?desinteressado? em comentar a respeito de Eliana ou qualquer outro envolvido nas investigações da Polícia Federal."
"Veja, como o lobista, também tem contradições", copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 16/11/01
"Veja é uma revista inovadora e agora tornou-se também a primeira publicação brasileira a pedir, na Justiça, direito de resposta a um editorial de um jornal – no caso, o Jornal do Brasil. Uma fonte do JB acha estranho que Veja abra mão de responder ao jornal em suas próprias páginas (lidas por mais de 2 milhões de pessoas segundo diz o seu material de promoção) e prefere responder através do próprio JB, que tem, no máximo, um terço dos leitores de Veja.
Ao mesmo tempo, na edição de Veja desta semana, há uma curiosa explicação sobre a demissão da editora de Economia da revista, Eliana Simonetti:
?Na sexta-feira 9 de novembro, a jornalista Eliana Simonetti, editora de Economia de Veja, procurou a direção da revista para informar sobre seu relacionamento com o lobista Alexandre Paes dos Santos, de Brasília, de quem seria amiga e ex-namorada. Nessa conversa, a revista não foi notificada da existência de nenhum vínculo financeiro entre ambos. Na segunda-feira, por meio da redação do jornal Correio Braziliense, Veja tomou conhecimento de que Alexandre Paes dos Santos forneceu a título de empréstimo perto de 40 mil reais a Eliana, informação que o jornal colhera com a própria jornalista. A partir daí, Veja entendeu que se configurava uma situação de conflito de interesses e se decidiu por seu desligamento.?
?Temos aí quase um novo samba do crioulo doido?, comenta a fonte do JB. A redação de Veja botou a mão na agenda de APS, que tinha os nomes de Eliana Simonetti e Nelson Tanure. Ninguém da revista quis saber por que o nome de Tanure estava na agenda (segundo seus responsáveis, Tanure não respondeu aos seus chamados telefônicos), mas, mesmo assim, abriu a matéria com uma enorme foto do sócio controlador do JB e contou histórias sobre o passado do personagem, sem qualquer relação com o lobista APS. ?E ninguém consegue entender por que nada esclareceram sobre o motivo de estar também na agenda o nome de Eliana. Só pela leitura do Correio Braziliense é que tomaram conhecimento do dinheirinho que Eliana reconheceu ter recebido de APS, seu ex-namorado?, diz a fonte.
É perfeitamente compreensível que, diante dessa clara manifestação do pensamento de Veja a seu respeito, o sócio controlado do JB tenha respondido com um editorial, onde, entre outras coisas, recorda que Mino Carta, em seu livro ?Castelo de Âmbar?, revelou que a direção da Editora Abril tinha relações com o Governo Geisel.
Neste round mais recente, Veja decide ir à Justiça pedir, pela Lei de Imprensa, que o JB lhe dê direito de resposta. ?Mas Veja nunca antes foi à Justiça contra Mino Carta, seu ex-diretor?, diz o fonte do JB.
Como entender todas essas contradições? Por que a própria Veja não as explica?"
"Mão no vespeiro", copyright Comunique-se (www.comunique-se.com.br), 16/11/01
"Andréa não gostou nada da idéia de eu falar no assunto, mas não daria pra fugir da questão da semana: o caso Eliana Simonetti. Minha amada acredita que isso é vespeiro no qual eu não devia meter a mão, mesmo com cinco anos de experiência em vespas e mãos calejadas. Mas, enfim, o caso está aí e eu tenho um monte de dúvidas, uma esperança e uma certeza sobre ele que gostaria de dividir com você. Então vamos lá:
Veja – Como se sabe, a Veja tem uma folha corrida de matérias esquisitas – como aquela contra o MST, que teria sido encomendada pelo Palácio do Planalto, e as do Caso Boechat – para a gente confiar inteiramente nela. Seria legal esclarecer quando a Eliana procurou a direção de redação para dizer que tinha sido namorada do lobista: antes ou depois da reportagem da revista sobre o sujeito? Antes ou depois da matéria do Correio Braziliense? O que foi dito nesta conversa? Não se falou da grana emprestada? Houve alguma pergunta específica sobre isso à Eliana? A chefia de redação da Veja em Brasília não sabia dessa antiga ligação de sua editora de Economia com o maior lobista da cidade? Não sabia disso mesmo em BSB, cidade em que todo mundo sabe de tudo, ainda mais no meio dos jornalistas? Consta que um bocado de gente conhecia o relacionamento, o que não seria de se estranhar, pois, segundo o meu vizinho de portal Eduardo Ribeiro, Eliana e Alexandre Paes Santos namoraram de 91 a 93. Além disso, ninguém viu o nome de Eliana na agenda do cara? E o que a Veja considera ?relações impróprias? entre um jornalista e sua fonte? A Veja tem um código de ética impresso e distribuído aos seus funcionários? Se o tem, não seria interessante pô-lo na internet para conhecimento público?
Eliana – As mesmas perguntas acima (exceto as quatro últimas) e mais: se você não falou na grana com a Veja, por que não o fez? Você já tinha pedido empréstimo a ele em outras ocasiões? Quando foi convidada para ser editora você falou com a chefia de redação que tinha sido namorada, e ainda era muito amiga, do mais poderoso lobista de BSB? Uma sugestão, Eliana: se ainda não o fez, conte tua parte da história. Calada, você deixa apenas a versão da Veja, o que é muito ruim.
Esta é para todos, provocação mesmo – É verdade, como se diz aqui no Rio, que em BSB as chefias, se não estimulam propriamente, são pelo menos muito benevolentes com a existência de relações afetivas entre coleguinhas e fontes? E se você tiver outras perguntas, não se acanhe: mande-a pelo quadrinho lá de baixo, em comentários.
Depois das perguntas, uma esperança – O estranhíssimo conceito de ?cargo de confiança? – que parece ter saído diretamente das fazendas escravocratas para as redações – estaria indo, finalmente, para o seu merecido lugar: o lixo. A historinha contada por Mário Sérgio Conti em ?Notícias do Planalto? (páginas 106/107), tendo Elio Gaspari e Roberto Civita como protagonista, é exemplar para mim. Civita quis discutir com Elio sobre uma greve a qual ele tinha aderido e que paralisara a Veja.
?- Elio, na greve você me apunhalou pelas costas.
– Não, Roberto, eu te apunhalei pela frente. Eu faço o que o meu sindicato manda, assim como você faz o que o seu manda. Se você me der ações da Abril e me colocar no sindicato patronal, demitirei qualquer grevista.
– Mas o seu cargo é de confiança.
– Não é, Roberto. Meu cargo é de competência. Se fosse de confiança, você teria colocado nele um parente ou um amigo.
– Mas a greve foi política.
– É, a greve pode ter tido motivos políticos, Mas se tivesse havido uma greve pela entrada do Brasil na Segunda Guerra, você teria vergonha de dizer aos seus filhos que a boicotou.?
É isso. Não existe cargo de confiança. Existe cargo de competência. Esta idéia deverá ganhar força com a transição da gestão das empresas de comunicação do sistema familiar para o profissional. Outra idéia que pode ganhar forma é a de transformar alguns jornalistas escolhidos (os que hoje seriam os ?de confiança?) em patrões, via compra de ações, como diz Elio no diálogo com Civita. Não vejo nada de mal – o cara mudaria de camisa de maneira clara e não como é hoje.
Por último, uma certeza: Como disse o Ibrahim Sued em frase reproduzida pelo Comunique-se: ?Não vale a pena esperar gratidão em jornalismo?. Portanto, ?olho vivo porque cavalo não desce escada?.
Picadinho
Problemas imperiais – Não é só na Globo.com que a coisa está feia, não. Marluce Dias da Silva determinou uma redução de gastos de 5% no orçamento previsto até o fim do ano. E em 2002, trabalha-se com cortes de mais 15%, além dos 5%. Tudo para deixar felizes os analistas dos bancos, que andavam se lamuriando, dizendo que a empresa parecia não estar lá muito determinada a realizar cortes de despesas. Os analistas tendem a acompanhar as contas da Estrela da Morte com lupa, pois ela é a fiadora dos papéis emitidos pela Globopar, a holding imperial.
Vaquinha rica – Aliás, a aprovação da PEC que permite o ingresso do capital estrangeiro no setor de comunicação – e também a posse de empresas da área por pessoas jurídicas – viria bem a calhar para o Império. É que a Estrela da Morte é avaliada pelo mercado em cerca de US$ 10 bilhões – e como a PEC prevê que os gringos possam ter até 30% das ações de uma empresa de comunicação – uma passada de chapéu bem feita levantaria uns US$ 3 bi. Não é nada, não é nada, é quase toda a dívida da Globopar. Ou seja, em vez de quebrar o monopólio imperial, a PEC ajudaria a reforçá-lo.
Esquentando os tamborins – Os supergrupos Cisneros, HMTF & El Sitio criaram a Claxson, uma empresa de mídia que, pra início de conversa, pretende produzir conteúdo em português a fim de serem veiculados na TV paga tupinambá, pois já é dona, por exemplo, dos canais Playboy TV, Locomotion, Infinito e outros, a maior parte dos quais fazendo parte da grade da Direct TV. Mas, pelo organograma da companhia, já se vê que a TV paga é apenas parte do interesse dela na América Latina (Brasil no meio), pois há ainda divisões de Banda Larga, Internet e Rádio&TV Broadcast. Até já há uma amostra do que a Claxson pode fazer por aqui fora da TV paga. O Much Music, uma dos projetos da empresa, fornece programação para a Rádio O Dia UHF aqui no Rio.
Valeu a tentativa I – Voltando à PEC, emenda do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) proíbe que políticos sejam sócios de empresa de comunicação. Não tem a menor chance de passar – afinal, estimativas dizem que 130 deputados e senadores são sócios de companhias da área -, mas, pelo menos, entrou em tramitação e em discussão.
Valeu a tentativa II – Época contestou a informação do encarte ?Mídia&Mercado?, da ?Meio&Mensagem?, e publicada aqui, de que tinha perdido a segunda colocação no mercado de revistas para Seleções. O argumento é que a Seleções é mensal e a Época, semanal, e não daria para comparar. Só que o critério do levantamento é de circulação por edição. Ou seja, cada número de Seleções vende mais do que cada número de Época individualmente. No conjunto, como são quatro números de Época por mês contra apenas um de Seleções, é claro que Época vende mais no total. É por isso que a própria Seleções informa em seu sítio (http://www.selecoes.com.br/selecoes.html) que é a segunda revista do país mesmo e a primeira entre as mensais. E não soube de nenhuma reclamação da Época quanto a esta afirmação apesar de os dados usados pela Seleções estejam lá desde abril.
Barriga!
Estava lá, na legenda da foto da página 17 da edição do dia 16 de novembro do JB: O Dia da Independência começou na praia e terminou com um temporal que alagou a ponte.
Os Orléans e Bragança devem ter chorado de emoção."