Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Egolatria remunerada

EU-ZINE

Mickey Kaus, ex-repórter da Newsweek, escreve sua coluna entre 23h e 2h, de pijamas em sua casa de praia em Santa Mônica, Califórnia. Depois de três anos mantendo seu sítio de miscelânea sobre política, crítica de mídia, opinião de leitores e links para outros sítios, a iniciativa de Kaus tornou-se lucrativa. Subtraídos os gastos do dinheiro que recebe, fica com US$ 318,60.

Kaus é apenas um exemplo do novo e crescente formato jornalístico conhecido nos EUA como "eu-zine", revista eletrônica que apresenta as opiniões de um homem ou de uma mulher, escrevendo sozinhos, geralmente bem tarde e vestindo pijamas. A maioria dos autores, de acordo com Alex Kuczynski [The New York Times, 9/7/01], já passou pela experiência impressa, mas descobriu na rede muito mais diversão e até uma forma de ganhar dinheiro.

Desde que a internet se popularizou nos EUA, a eu-zine de ególatras se espalhou em diversos formatos. O sítio de Matt Drudge, <drudgereport.com>, entrou em atividade em 1996, sem intenção de ganhar dinheiro. Hoje, Drudge tem quatro agências de anúncios vendendo espaço em seu sítio. A revista online Slate também entrou na dança. Há dois meses inaugurou um sítio para eu-zines, que oferece links para <andresullivan.com>, <j-marshall.com/talk> e <kausfiles.com>.

Virginia Postrel, que escreve seu <vpostrel.com> e é colaboradora de uma coluna de economia do New York Times, acha que o empreendimento é uma forma de auto-expressão. "O dinheiro é um bem complementar", disse. Não é difícil concordar. As visitas à maioria dos sítios não são medidas por agências externas. Uma novidade em tempos em que page-views e hits são tão ditatoriais quanto a medição da audiência na TV.

    
    
            

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