CLASSIFICAÇÃO
DE CONTEÚDO
America Online, MSN e Yahoo, as companhias que detém os
sítios mais populares da internet, concordaram em estabelecer
um código comum de classificação que ajude
os pais a controlar o conteúdo a que seus filhos têm
acesso. Os três provedores estão usando um sistema
desenvolvido pela Internet Content Rating Association (ICRA), grupo
sem fins lucrativos apoiado pela indústria, que se baseia
numa série de categorias para descrever o conteúdo
disponível nos sítios (se contém cenas de sexo,
violência ou nudez, ou se faz apologia de drogas, por exemplo).
Estas descrições são traduzidas em códigos,
lidos com um software de filtro. Os pais podem então ajustar
seus navegadores para bloquear o acesso a certos sítios.
Enquanto o software ainda não está disponível
para download, o ICRA informa que o Content Advisor, função
do Internet Explorer, da Microsoft, já está programado
para reconhecer a nova classificação. A MSN deve ter
todos os sítios sob seu controle classificados no dia 25;
AOL e Yahoo anunciaram que já fizeram o mesmo com a maioria
de suas páginas.
Lembra Dina ElBoghdady [The Washington Post, 23/10/01] que
o acordo é uma maneira da indústria evitar a regulamentação
do governo. O setor cinematográfico enfrentava uma ameaça
semelhante quando decidiu criar um sistema de classificação
para apaziguar os ânimos dos legisladores. A dificuldade é
alcançar o equilíbrio entre preservar a liberdade
de expressão e proteger as crianças de material indecente
ou perigoso.
No entanto, críticos alegam que o sistema é falho
e acaba por estimular o controle governamental que esperava desencorajar.
"Eles estão abrindo as portas para a regulamentação
governamental, que de outra maneira não seria tecnologicamente
possível", diz David L. Sobel, conselheiro do Electronic
Privacy Information Center. "Ou o governo começará
a exigir que todo o conteúdo seja classificado ou penalizará
as pessoas que não avaliarem corretamente seus sítios."
Para Gary Daniels, porta-voz da National Coalition Against Censorship,
as classificações são vagas e não fornecem
uma boa base para os pais, além de encarregarem os provedores
de determinar o que seria um "mau exemplo" para as crianças.
"É uma tentativa de engavetar toda a informação
diversa que existe na internet, o que torna a situação
obscura, em vez de ajudar."