Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Em memória de um ex-ombudsman

A VOZ DOS OUVIDORES


THE WASHINGTON POST

A coluna de Michael Getler, ombudsman do Washington Post (25/3/01), foi dedicada a Richard Harwood, ex-repórter, editor e ombudsman do Post, que faleceu de câncer aos 75 anos, no dia 19 de março.

No dia seguinte à sua morte, o Post disse que Harwood trouxe ao trabalho "um ceticismo altamente desenvolvido e a convicção de que o mundo não é tão simples como as pessoas pensam ao ler jornais, ouvir a rádios ou assistir à TV. Acreditava que sabedoria convencional freqüentemente se revela errônea. Era consciente do fato de que repórteres e editores tendem a filtrar eventos e julgamento de notícias através do prisma de suas experiências pessoais, e estimulou, a si e a seus colegas, o abandono de hipóteses e preconceitos".

Harwood falava pouco de suas experiências e batalhas junto à Marinha norte-americana durante a depressão. Apesar disso, segundo Michael Gelter, sua história deu-lhe o prisma necessário para se tornar um ombudsman soberbo, construindo buracos em pompas e exageros e preenchendo-os com fatos, figuras e senso profundo do que veio antes. Foi o primeiro ombudsman do Post, em 1970 e 1971, assumindo o cargo novamente em 1988 a 1992.

Quando o jornal produziu um novo Manual de Estilo, em 1989, Harwood escreveu o capítulo sobre o papel do ombudsman. "O ouvidor lida com o público apenas no tocante a problemas envolvendo a redação, mas age independentemente", escreveu. Mais adiante afirmava que os triunfos de um ombudsman são modestos, não revolucionários. "Nosso trabalho faz alguma diferença ou o impacto e influência que causa é pura ilusão?", perguntava. "Às vezes nos confortamos dizendo que, por mais que não falemos às pessoas o que pensar, temos sucesso ao dizer-lhes sobre o que pensar. Ombudsmen praticam isso com editores."

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