THE WASHINGTON POST
A guerra que começou no Iraque está alterando o perfil das mensagens que chegam ao ombudsman do Washington Post, Michael Getler ? como ele comenta em sua coluna de 23/3/03. Agora, naturalmente, boa parte das observações dos leitores se refere ao conflito.
Chegaram, por exemplo, reclamações a respeito do critério que o Post utiliza para destacar determinadas notícias. Duas reportagens publicadas recentemente foram alvo de diversos questionamentos. Uma apontava que o Pentágono não havia sido capaz de dar detalhes convincentes a respeito das armas proibidas que o Iraque estaria escondendo. A outra analisava como o presidente americano George W. Bush utilizava argumentos duvidosos para justificar o ataque ao regime de Saddam Hussein. Ambas tiveram pouco destaque. Os leitores reclamaram que assuntos de tamanha importância deveriam ter sido tratados com mais visibilidade, e antes que a guerra começasse.
Citando outros exemplos de reportagens que chamaram a atenção do público, Getler afirma que é importante que um jornal seja constantemente desafiado. Contudo, enfatiza que, em sua opinião, é necessário ver as eventuais falhas do Post dentro do contexto do invejável trabalho de reportagem que vem sendo feito pelo jornal desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Na guerra no Iraque, pelo menos até agora, o diário também estaria fazendo uma boa cobertura, com mais de 20 correspondentes no Oriente Médio. Mesmo assim, observa o ombudsman, ainda existem muitas questões pendentes que o jornal precisa tratar.