TELETIPO
Um aspecto pouco discutido da profissão jornalística é a relação entre emoções, traumas e reportagem. Assim como bombeiros e equipes de resgate, jornalistas respondem emocionalmente aos eventos que presenciam, seja um genocídio ou acidentes naturais. Segundo Mark Brayne [Guardian, 5/8/02], novos estudos estimam que um em cada quatro repórteres em zonas de conflito pode desenvolver sintomas da desordem de estresse pós-traumático, da mesma maneira que soldados na linha de combate. Organizações como BBC e Reuters já incluíram uma introdução à doença no treinamento obrigatório para correspondentes em ambientes perigosos, inspirando-se na iniciativa do entidade americana Dart Center for Journalism and Trauma, que promove maior compreensão do problema.
Jean-Marie Messier, antigo chefão da Vivendi Universal, está aproveitando o tempo livre desde que foi demitido para escrever um livro sobre sua queda; segundo o jornal Le Parisien. O título deve ser Como fui traído. A obra vai contar a humilhante saída do ídolo da corporação após seis anos de crescimento frenético, que transformou a Vivendi numa gigante global de mídia. No mês passado, Messier deixou para trás uma companhia que se esforça para administrar dívidas enormes e ações em baixa.
Quase um ano após os ataques de 11 de setembro, as publicações árabe-americanas e muçulmanas lutam para sobreviver à queda de publicidade e a manobras políticas que comprometeram o faturamento. Além da crise gerada pela perda de anunciantes na área de telecomunicações e companhias (as principais categorias que investem em revistas étnicas), empresários da própria comunidade deixaram de anunciar e instituições de caridade islâmicas ? outros fortes patrocinadores ? foram fechadas pelo governo. Conta Hassan Fattah [Folio, 1/8/02] que algumas revistas perderam o canal de distribuição: embora a maioria seja entregue de graça em lojas e restaurantes, alguns donos pediram aos editores que não mandassem mais exemplares.