PUBLICIDADE DA CÂMARA
"Líderes rejeitam idéia de gastar com publicidade", copyright O Estado de S. Paulo, 15/8/01
"A proposta do presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), de remanejar R$ 8,5 milhões do orçamento da Casa para gastos com publicidade foi mal recebida pelos líderes partidários aliados ao governo e de oposição. Aécio quer usar os recursos para realizar uma campanha de publicidade e melhorar a imagem da Casa. Os líderes argumentam, contudo, que a Câmara já dispõe de sistema de comunicação, com rádio e televisão, sem necessidade de gastos adicionais para divulgação.
Mas, apesar das resistências, o presidente da Câmara insiste no gasto de R$ 8,5 milhões em propaganda. ?Não vou abrir mão disso em razão de críticas prematuras?, garantiu. E voltou a lembrar que os recursos para a publicidade serão remanejados de R$ 133 milhões, economizados no orçamento desde que assumiu a presidência da Câmara.
?Podemos até devolver dinheiro para o Tesouro no fim do ano de tanto que economizamos?, afirmou Aécio.
Os líderes partidários não concordam, no entanto, com o uso de verba para publicidade e reagiram à proposta de Aécio. ?A Câmara não precisa fazer propaganda institucional?, disse o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
?Essa história de verba para publicidade é uma coisa natimorta porque tudo o que causa uma reação desse tamanho tem dificuldades de ir para frente?, completou o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA). ?É uma aberração essa verba?, afirmou o líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), ao argumentar que ?não tem publicidade que dê jeito? na imagem da Câmara.
Os petistas também são contrários à proposta de Aécio. Defendem, no entanto, o uso de apenas metade da verba que seria dividida para divulgar os trabalhos das 17 comissões permanentes da Câmara. ?Somos contra o uso desse dinheiro para melhorar a imagem da Casa?, disse o líder do PT, Walter Pinheiro (BA). ?Mas poderia ser definido um valor para as comissões.?
Ética – Diante das resistências dos deputados para aprovar o pacote ético, o Inocêncio propôs ontem a adoção de uma fórmula de transição para que o fim da imunidade parlamentar só comece a valer para os futuros congressistas. Apresentada na reunião do colégio de líderes com Aécio, a proposta estabelece que os parlamentares perderão a imunidade apenas a partir de 2003, quando s inicia uma nova legislatura.
?O fim da imunidade valendo somente para a próxima legislatura reduzirá as resistências?, observou o vice-líder do PFL, Pauderney Avelino (AM). ?Esse projeto da imunidade está tramitando aqui desde 1992 e tem de ser votado logo para que fique claro que não passou de uma bravata do presidente da Câmara?, reagiu o petista Walter Pinheiro. ?Isso é conversa de quem não está com coragem de discutir o assunto’, disse Geddel. ?Sou a favor do fim imediato da imunidade parlamentar?, disse Miro. ?Mas se essa for a condição para que ela (fim da imunidade) seja votada, é melhor essa fórmula do que nenhuma?, ponderou o pedetista."
"Estrutura de comunicação é sofisticada?, copyright O Estado de S. Paulo, 15/8/01
"A Câmara dispõe de uma sofisticada estrutura de comunicação, capaz de mostrar as atividades dos parlamentares a todo o País, durante 24 horas por dia. A rede é composta pela TV Câmara, transmitida tanto em sinal aberto como a cabo, a Rádio Câmara, prestes a expandir seu alcance – hoje restrito ao Distrito Federal – a todos os Estados, uma agência em tempo real e de um jornal com 3 mil exemplares, distribuído em aviões, hotéis, órgãos públicos e por mala-direta. Nos próximos dias, de acordo com um técnico da Casa, a TV e a Rádio Câmara poderão ser acessadas pela Internet. A regra é divulgar todas as iniciativas dos 513 deputados, mesmo que com pequeno atraso. A Câmara não tem dados oficiais sobre a aceitação de seu material de divulgação, mas os encarregados pelos setores de divulgação acreditam que a receptividade ao material é muito maior do que a esperada.
O total de recursos aplicados na manutenção dessa rede de comunicação não foram divulgados. A estrutura é movida por 120 servidores, a maior parte jornalistas e técnicos, e por 80 contratados terceirizados. O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), afirma que sua intenção, com as pesquisas e as campanhas publicitárias, é checar a demanda da sociedade com relação ao trabalho dos deputados e dar uma divulgação melhor para as propostas aprovadas pela Casa."