Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Fã da vendedora de ilusões

MONITOR DA IMPRENSA

LARRY KING

Funcionários da CNN ficaram furiosos com o último Larry King Live, num especial sobre Wall Street, centro financeiro dos Estados Unidos. Acusaram a emissora de ignorar seus próprios analistas econômicos, preferindo consultar os da CNBC, "a vendedora de ilusões" [ver remissão abaixo], sua arqui-rival. O programa ensinava como o cidadão comum deve lidar com seu dinheiro em época de economia instável. Entre os convidados estavam Maria Bartiromo, Ron Insana e Suze Orman, todos da concorrente.

Alan Chernoff, da CNNfn, canal financeiro da CNN que perde feio em audiência para a CNBC, também estava presente, mas o convite só foi feito porque nenhum executivo da emissora levou a proposta a sério. Segundo eles, disse Allyson Lieberman, do New York Post (21/3/01), a lista de convidados do show que foi ao ar na noite de segunda-feira começou a ser preparada no final da tarde.

Fontes informaram a Lieberman que o chefe de reportagem de negócios teria ligado para a equipe de King e exigido a presença de alguém da CNN. Uma porta-voz da rede amenizou o incidente, dizendo que incluir um correspondente financeiro da CNN estava nos planos do show. "Mas, por se tratar de um processo muito flexível, o programa não estava amarrado até a manhã do dia do programa."

SENADO E TV

O Senado americano aprovou na quarta-feira, 21 de março, emenda à legislação de financiamento das campanhas políticas. O acréscimo à lei determina que as emissoras de TV vendam horários pelo preço mais baixo pago no ano anterior por propaganda política de candidatos federais. Além disso, será proibido colocar, no lugar da propaganda política, anunciantes que decidam pagar mais, o que era permitido até então. A emenda faz parte do pacote de reformas da lei de financiamento de campanhas, que está em tramitação no Congresso e deve ser aprovado.

Mas, como disse Brooks Boliek, do Hollywood Reporter (21/3/01), a indústria das emissoras de TV é extremamente forte, principalmente em Washington, e não deve deixar barato. A medida ainda pode ser barrada na Câmara, numa audiência entre Câmara e Senado ou, em última instância, vetada pelo presidente.

Enquanto isso, senadores e executivos das redes referem-se uns aos outros como hipócritas. O senador Robert Torricelli (democrata de Nova Jersey), autor da emenda, afirmou ao Hollywood Reporter que emissoras costumam elevar seus preços antes das eleições. Mais de U$ 700 milhões foram gastos nas campanhas eleitorais na TV americana, em 2000, 76% a mais do que o gasto em 1996, segundo ele.

A emissoras, que poderão lucrar menos, afirmam ser hipocrisia do Senado votar uma prerrogativa a seu favor. "Não cobramos acima da tarifa mais baixa ? os políticos decidem pagar mais", disse Tom Griesdorn, da WBNS. Don Nickles, senador republicano de Oklahoma, disse que os parlamentares acabavam de ganhar um presente de U$ 1 milhão. "Por que somos especiais?", perguntou. É isso que a opinião pública também deve querer saber.

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