JORNAL NACIONAL
A onda sobre a primeira entrevista do presidente eleito no Jornal Nacional (28/10) deveria ser um pouco mais racional. Você, leitor, se dirigisse um jornal, revista, emissora de rádio ou TV, não tentaria obter a primazia do primeiro pronunciamento de um presidente eleito na véspera? Se disser que não tentaria, é incompetente.
Claro, houve erros:
** Da equipe jornalística (e também do cerimonial) do presidente eleito. Um presidente não vai a um estúdio (qualquer estúdio), quem deve ir ao presidente é o estúdio. Com as facilidades de comunicação isso é sopa.
** Das demais emissoras que não se empenharam em conseguir esta precedência.
** Da direção do JN pela apelação emocional. João Goulart foi, na realidade, o primeiro presidente assumidamente de esquerda. Sua posse foi tumultuada, efetivamente impedida. O país estava à beira de uma guerra civil, a radicalização era intensa e a ninguém ocorreu fazer um "Esta é a sua vida" com o então vice empossado. O que ocorreu e corre o perigo de ocorrer em janeiro, em seguida à transmissão da faixa presidencial, é banalização, pela reiteração, de um fato político de primeira grandeza.