PICADEIRO
As fábricas de diplomas e seus bastidores, parece, foram definitivamente incorporadas à pauta da nossa mídia, ou pelo menos de parcela dela. Veja, que já tratara do caso com competência, retorna esta semana [n? 1701, 23/5/01] com novas informações importantes para os leitores.
O Jornal do Brasil, que já levara puxão de orelhas neste Circo, volta a publicar anúncio editorializado da UniverCidade, do Sr. Ronald Levinsohn. Desta vez, inofensivo.
Mas o JB também traz matéria (ver Aspas, nesta rubrica) que mostra pelo menos o desejo de enfrentar o tema sem medo dos anunciantes.
Pena que a qualidade da informação do JB não seja tão boa. O jornal fiou-se apenas numa denúncia de um deputado petista do Paraná, sem maiores checagens. O leitor incauto pensará que o Ministério da Educação pode distribuir faculdades da mesma forma que Sarney, no final de seu governo, distribuiu concessões de rádio.
Não é bem assim, e quem ler Veja com atenção verá como de fato as coisas funcionam. O poder, neste caso, está no Conselho Nacional de Educação, já chamado aqui de "caixa preta".
Espero que na semana que vem o Sr. Levinsohn não volte ao JB com anúncio falando que o noticiário da mídia anda "esquisito". Para ele, basta deixar de atender a seus interesses que algo de estranho deve estar acontecendo.
Enquanto isso, a capa do caderno Boa Chance, do Globo, aproveita para noticiar as 2 mil vagas de professor universitário que serão abertas nas universidades federais.
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