Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Fernanda Dannemann

TV PAGA

“Net e TVA reformulam seus guias de canais e programas”, copyright Folha de S. Paulo, 6/04/03

“A DISPUTA das operadoras de TV paga vai além de cabos e parabólicas. De olho nos assinantes e nos anunciantes, TVA e Net apostaram na reformulação dos seus guias de programação. Enquanto a nova publicação da TVA priorizou a parte de serviços, a Net substituiu o guia ?Net TV? pela sofisticada ?Monet?, revista que mistura comportamento, culinária e moda ao guia de programação. Mas a nova organização -por canais, e não por dias- provocou críticas de alguns assinantes. ?Eles retalharam a grade de programação, exigindo que o assinante folheie duas dúzias de páginas para ter idéia do que vai passar na TV em determinado horário?, diz Alvaro Antunes, 36, tradutor de Curitiba. Vendida a R$ 5,90 aos assinantes e a R$ 8,00 nas bancas, o papel cuchê e as colunas fixas sobre vinhos e cinema da ?Monet? não suplantam as queixas. ?Para saber qual é o filme que está passando no Telecine, devo consultar uma lista de símbolos minúsculos e, depois, buscar a sinopse em outro lugar na revista. A parte de filmes piorou, e a de documentários e seriados não tem mais informação: ficou só com o nome genérico dos programas?, diz o tradutor Antunes. Segundo Daniel Conti, gerente de marketing da operadora, a Net e a editora Globo, que edita a revista, estão avaliando críticas e sugestões recebidas. Conti afirma que a mudança é reflexo de uma pesquisa que mostrou a satisfação dos assinantes quanto ao guia de programação anterior, e seu desinteresse pela parte editorial. ?Apostamos num guia do canal somado a uma revista de qualidade sobre o cotidiano?, afirma. Já a outra revista da operadora, ex-?Guia de Programação da Net? e atual ?Superguia?, oferecida gratuitamente a quem assinou seu contrato até dezembro de 1996, contém somente a grade de programação -também dividida por canais- e os filmes do mês. A operadora diz que, além das opções em papel, oferece gratuitamente aos 400 mil assinantes (dado informado pela NET) o guia eletrônico no canal 37, que mostra a programação dos canais.

Concorrência

O ?Guia da TV?, da TVA, também ficou mais colorido, impresso em papel de revista, com 54 páginas a mais. No lugar das antigas reportagens que precediam a programação, destaques para alguns programas.

Segundo Ricardo Villela, editor da revista, publicada pela Editora Abril, a mudança inicia um projeto mais ambicioso.

?Queremos transformar a revista no guia das operadoras que tenham os mesmos canais da TVA -como a Directv-, para que elas também a distribuam a seus assinantes?, diz ele.

Segundo Ricardo Lopes, diretor de marketing, o conteúdo editorial foi triplicado, mas os 220 mil assinantes (número fornecido pela operadora) vão pagar os mesmos R$ 4,90 por exemplar.”

“TV paga perde 100 mil clientes em 2002”, copyright Folha de S. Paulo, 3/04/03

“Pela primeira vez desde sua implantação no Brasil, em 1991, a TV paga registrou queda anual no total de assinantes. O mercado fechou 2002 com 3.457.961 domicílios servidos, contra 3.558.666 em 2002, uma redução de 2,83% (100.705 assinantes).

Os dados, obtidos com exclusividade pela Folha, são da Pay-TV Survey, empresa que monitora 100% do mercado de TV paga.

O total de assinantes perdidos em 2002 pelo conjunto das operadoras é pouco menor do que o registrado pela Net Serviços, a maior do país, que foi de 105 mil clientes. Isso se explica porque novas operadoras tiveram crescimento, além da Sky.

Em 2001, as principais operadoras já registravam queda, mas, no conjunto, o mercado cresceu 2,58% _graças a novas operações. Em 2002, a TV paga voltou a patamar inferior ao de 2000, quando cresceu 17% e fechou com 3.469.029 milhões.

No ano passado, o serviço de TV paga via microondas (MMDS) confirmou a tendência de queda de 2001 e fechou com redução de 16,4% (totalizando 249.395 assinantes). O serviço via satélite caiu 2,78% (1.139.373) e o de cabo, 0,92% (2.069.193).

A Net e suas afiliadas terminaram 2002 com 62% do mercado nacional de assinantes (61% em 2001). A TVA e suas associadas cresceram de 16% para 17%. E as independentes (inclui DirecTV) caíram de 23% para 21%.”

 

COPA 2006

“Globo pede apoio ao SBT por Copa-2006”, copyright Folha de S. Paulo, 2/04/03

“A Globo, que duelou com o SBT pelos campeonatos Paulista e Brasileiro, pediu indiretamente apoio à emissora de Silvio Santos à sua luta pela renegociação dos direitos da Copa do Mundo de 2006.

Há dez dias, Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes, braço esportivo da TV Globo, esteve na sede do SBT, em São Paulo, onde se reuniu com executivos da concorrente, entre eles o superintendente Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos.

Campos Pinto esteve no SBT acompanhado de Guillermo Cañedo, presidente da OTI (Organização de Televisão Iberoamericana). O executivo da Globo, que é vice-presidente da OTI, quase não se manifestou, mas Cañedo pediu ao SBT que volte a integrar a entidade, da qual se desligou há dois anos, como forma de fortalecê-la nas negociações pelos direitos da Copa da Alemanha.

A estratégia faz parte de plano da Globo, formalizado em dezembro de 2002, em Madri, com o apoio da mexicana Televisa. A Globo tem contrato original de 1998 em que se compromete a pagar US$ 220 milhões pelo Mundial de 2006, mas quer agora rever esses valores. A solução seria renunciar ao contrato e renegociar os direitos via OTI, como ocorria até a Copa de 98. Representando TVs de toda a América Latina, a OTI teria mais força.

A Globo e a OTI também negociam com a Record, à qual a entidade deve US$ 38 milhões.”

 

DIREITOS AUTORAIS

“Gil entra na guerra dos direitos autorais”, copyright Folha de S. Paulo, 2/04/03

“O ministro da Cultura, Gilberto Gil, irá intermediar uma antiga disputa entre as rádios e o Ecad, responsável pela arrecadação de direitos autorais.

A decisão foi tomada em uma reunião, na semana passada, entre Gil e Paulo Machado de Carvalho Neto, presidente da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão).

A entidade pleiteia uma redução do valor cobrado pela execução de músicas, principalmente para as estações menores. O pagamento é fixo e atualmente está estabelecido em 2,5% sobre o faturamento mensal das emissoras.

O ministro solicitou à Abert e a assessores do ministério um estudo sobre a arrecadação de direitos autorais em outros países. E disse que, após essa análise, mediará um diálogo com o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais).

Glória Braga, superintendente nacional do Ecad, afirmou à Folha que ?acha ótimo? que Gil entre nesse conflito. ?Ele é um autor, conhece bem o problema?.

Mas, de saída, ela refuta o argumento de que a questão está concentrada nas pequenas emissoras. ?São justamente as grandes redes, como algumas da diretoria da Abert, que não pagam direitos autorais. As menores, em sua maioria, não deixam de contribuir.?

Outra polêmica que deve esquentar e foi abordada na reunião: a Condecine (Contribuição pelo Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional).

Por lei, as rádios são obrigadas a pagar a taxa sempre que produzirem um comercial. Se uma AM, por exemplo, fizer propaganda do varejão da esquina, paga. E, se o preço da banana subir e a peça publicitária tiver de ser alterada, o tributo é cobrado novamente.

Os anúncios tem de ser registrados na Ancine (Agência Nacional de Cinema), que cobra a contribuição. Gil ouviu da Abert que a regra é inviável para o setor, em especial para as pequenas emissoras. Prometeu pensar numa saída.

Em tramitação, o projeto de regionalização da programação da deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) também foi debatido no encontro com o ministro. A Abert sustentou que rádios e TVs pequenas teriam dificuldades em produzir programas, o que pode se tornar obrigatório por lei.

Gil falou ainda sobre sua intenção de usar rádios comunitárias para difundir programas culturais do ministério nos municípios. A Abert afirmou que poderia colaborar, mas só com as que têm autorização do governo para operar. Ou seja, com a minoria.”