MONITOR DA IMPRENSA
DIRECTV
A DirecTV lançou um ataque eletrônico sem precedentes a cerca de 100 mil usuários que vêm utilizando clandestinamente seu serviço. A companhia eliminou, via satélite, partes piratas do equipamento de instalação, o que impediu que telespectadores nos EUA e no exterior acompanhassem ampla grade da programação, incluindo canais adicionais e eventos pay-per-view pelos quais não haviam pago.
Adicionando um tom de irreverência ao blackout de 21 de janeiro, afirmam hackers, a DirecTV enviou mensagem de desdém aos piratas, inserida no código de programação: "Game over" – fim do jogo.
A manobra da companhia abre nova frente na guerra corporativa americana para preservação da propriedade intelectual e do entretenimento digital. De acordo com P. J. Huffstutter e Jon Healey [The Los Angeles Times, 27/1/01], a briga, agora, pulará dos tribunais para o ciberespaço.
Analistas afirmam que a DirecTV pode economizar 100 milhões de dólares por ano com o ataque à pirataria.
AINDA AS ELEIÇÕES
Nesta semana, o "consórcio noticioso" de pesos-pesados da mídia, que inclui New York Times e Washington Post, deve finalmente encerrar a árdua tarefa de examinar as cédulas controversas das eleições presidenciais americanas [ver remissões abaixo]. As organizações estão em vias de compilar e calcular uma base de dados de votos não-contados na Flórida – exercício que pretende estabelecer, de uma vez por todas, se Bush é ou não o novo presidente eleito.
Segundo artigo de Gabriel Snyder [The New York Observer, 5/2/00], é natural que haja repórteres querendo dar uma espreitada no ato da re-recontagem. Mas ao contrário dos receptivos empregados municipais na Flórida em novembro e dezembro do ano passado, o consórcio não tem sido muito cooperativo.
"Não estamos agendando visitas de outras mídias", disse Kirk Wolter, organizador do projeto. Essa foi a mesma resposta dada a Russ Baker, jornalista do Columbia Journalism Review, quando perguntou se poderia visitar uma sessão de re-recontagem para escrever um artigo.
Baker contou que depois conversou com Dan Keating, editor de base de dados do Washington Post e um dos principais envolvidos no consórcio, e ele afirmou que qualquer jornalista estava livre para visitá-los, mas o consórcio não lhe diria quando nem onde estariam. Em outras palavras, o consórcio não proíbe a presença de outras mídias, mas também não sai de sua rota para avisar e acomodá-las – mesmo comportamento rotineiramente amaldiçoado em páginas de editoriais e redações de todo o país, quando é feito por políticos eleitos.
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