Saturday, 21 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

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CHILDREN?S EXPRESS

A organização internacional de mídia Children?s Express surgiu em cena nos Estados Unidos na convenção do Partido Democrata de 1976, quando um repórter de 13 anos furou a imprensa com a notícia de que o vice de Jimmy Carter nas eleições presidenciais seria Walter F. Mondale. Em 1988, o grupo ganhou os prêmios Emmy e Peabody por sua cobertura.

Mas, após 26 anos dando voz a jovens de 8 a 18 anos, a organização sem fins lucrativos está encerrando suas atividades, sem dinheiro para manter as sucursais de Nova York, Washington, Marquette (Michigan) e Tóquio.

O grupo tem atualmente US$ 2,4 milhões em dívidas, e está investigando o que deu errado. De acordo com Tamar Lewin [The New York Times, 29/7/01], a quebra provavelmente resultou da crise enfrentada após a morte de seu fundador e a transferência da companhia ao novo comando. Para Eugene R. Tempel, diretor-executivo do Centro de Filantropia da Universidade de Indiana, trata-se da "síndrome do fundador". "Freqüentemente, o fundador tem mais poder do que todo o conselho, e não consegue institucionalizar a organização para que ela possa continuar após sua morte", entende.

Foi Robert Clampitt, que era advogado de Wall Street, quem fundou o Children?s Express em 1975, atraindo jovens e fazendo-os sentir que podiam ser jornalistas. Após sua morte, em 1996, o conselho elegeu Eric Graham presidente. Sua primeira medida no novo cargo foi contratar uma empresa de consultoria por US$ 30 mil para escolher um novo nome para o grupo ? o que gerou protestos dos jovens repórteres.

Segundo os funcionários, Graham aumentou as contratações e os gastos na agência de Washington, nomeando novos assistentes e consultores e distribuindo Palm Pilots como bônus de Natal aos diretores. Enquanto os executivos preparam relatório financeiro para explicar o que foi feito do dinheiro doado pelas fundações que mantinham a entidade, as sucursais lutam para continuar funcionando. "Alguns adultos incompetentes em Washington estavam fazendo negócios que não eram do interesse do programa", lamenta Amanda Thieroff, 16 anos, repórter do Children?s Express.

    
    
                 

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