HUSTLER
Larry Flynt, o polêmico proprietário da revista Hustler, entrou na justiça para garantir que seus repórteres tenham acesso às operações militares dos Estados Unidos no Afeganistão. “A imprensa sempre pôde acompanhar as tropas nas batalhas”, disse, logo após audiência no dia 4/1. “Se eu vencer, todos sairão ganhando”, referindo-se ao exercício livre da imprensa. Segundo Jennifer Loven [AP, 4/1/02], seu advogado argumentou que até a invasão de Granada em 1983, quando oficiais das forças armadas tentaram barrar a participação de repórteres, a linha de frente em guerras sempre incluiu jornalistas.
Flynt faz a reivindicação desde outubro. A porta-voz do Pentágono, Victoria Clarke, ofereceu participação em missões humanitárias, alegando que as ações de combate, por terem “natureza altamente perigosa e única”, não poderiam ser acompanhadas.
Os advogados do governo americano alegam que a Constituição não garante aos jornalistas o direito de acompanhar ações de combate e que, além do mais, à medida que o exército realiza ocupação mais maciça no Afeganistão, com muitas tropas terrestres estacionadas naquele país, as missões militares se tornam cada vez mais receptivas à imprensa. Deste modo, o que teria ocorrido foi só uma restrição às ações iniciais de grupos especiais, cuja segurança seria comprometida pela presença de repórteres.