ERRAMOS DO ERRAMOS
"Folha erra ao retificar notícia sobre a quebra de sigilo de empresários", copyright Folha de S. Paulo, 7/06/01
"A Folha errou ao afirmar, em sua edição de 25 de abril (?Folha erra ao noticiar quebra de sigilo de empresários ligados ao PAS?, pág C7, Cotidiano, e seção ?Erramos?), que a Justiça não havia determinado a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos três sócios da empresa JR, responsável pelo gerenciamento das atividades do antigo Módulo 3 do extinto Plano de Atendimento à Saúde (PAS).
Os três sócios -Mário de Faria Gomes, Luiz Augusto Ramos e Jairo Luiz Ramos- tiveram os sigilos quebrados, como a Folha havia informado em sua edição de 17 de abril (?Jooji Hato tem sigilo quebrado?, pág. C4). O erro, como está narrado abaixo, foi resultado de uma sucessão de mal-entendidos.
Em 22 de março, a Folha publicou a primeira reportagem sobre o caso, na qual informou que o Ministério Público -representado pelo promotor Roberto Porto- havia pedido, no dia anterior, a quebra de alguns sigilos bancário e fiscal. Os pedidos foram feitos com base em informações levantadas em um inquérito policial que apura eventuais crimes de estelionato e tráfico de influência no antigo Módulo 3.
A reportagem afirmava que o pedido atingia: o vereador Jooji Hato (PMDB) e a mulher dele, Marlene Vatutin; o ex-diretor do módulo, Altino Pinheiro; os três sócios da gerenciadora JR e os donos de duas empresas que forneceram produtos ao módulo -Maxiforte Comercial Ltda (três pessoas) e Padrão Comércio e Representação Ltda. (duas pessoas).
Mas, diferentemente disso, a manifestação da promotoria, embora narrasse a suposta participação de 12 pessoas em uma rede de tráfico de influência e estelionato, pedia a quebra dos sigilos bancário e fiscal de apenas seis delas -excluindo do pedido os três sócios da JR, o então secretário da Saúde, Jorge Roberto Pagura, e 2 dos 3 sócios da Maxiforte Ltda.
Nessa primeira reportagem, portanto, a Folha errou ao informar que a quebra havia sido pedida para os donos da JR e foi pouco precisa ao dizer que o pedido atingia ?os donos da Maxiforte?, pois, de fato, ele atingia apenas 1 dos 3 sócios da empresa.
Em 17 de abril a Folha publicou uma segunda reportagem sobre o caso informando que, dois dias após o pedido da promotoria, o juiz Julio Caio Farto Salles, do Departamento de Inquéritos Policiais, havia decretado sigilo dos autos e determinado a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados -citando nominalmente as mesmas pessoas que já haviam sido citadas na reportagem que narrava, com erros, o conteúdo do pedido do promotor.
Dias depois, um dos donos da JR -Jairo Luiz Ramos- esteve na sede do jornal afirmando -com base no pedido do promotor- que seus sigilos não haviam sido quebrados, bem como os de seus dois sócios.
A Folha procurou o promotor Roberto Porto, que confirmou o suposto erro da reportagem, afirmando que Ramos e os outros dois sócios da JR não estavam entre as pessoas citadas no pedido feito à Justiça pela promotoria.
O jornal, então, em sua edição de 25 de abril, publicou uma correção da informação e veiculou uma terceira reportagem sobre o caso, afirmando que havia errado ao informar que o pedido feito pela promotoria e a decisão do juiz atingiam Mário de Farias Gomes, Luiz Augusto Ramos e Jairo Luiz Ramos, sócios da JR.
Na segunda-feira da semana passada, o juiz Julio Caio Farto Salles encaminhou o processo para manifestação dos promotores.
Eles souberam, então, que o magistrado havia estendido a quebra dos sigilos para todas as 12 pessoas que haviam tido a suposta participação narrada pelo Ministério Público, não se limitando a concedê-la apenas para os casos solicitados pela promotoria.
Na decisão, o juiz afirma: ?(…) Autorizo a ?quebra? dos sigilos bancário e fiscal das pessoas declinadas pelo MP?, determinando a expedição de ofícios à Receita Federal e ao Banco Central.
Nos ofícios, de 3 de abril, são citadas as 12 pessoas das quais o juiz deseja receber as informações bancárias e fiscais: Luiz Antônio Giglio e Maria Ângela de Moraes (donos da Padrão); Valdir Galdino, Maria de Lourdes Silva Oliveira e Hilton de Passos Melo Filho (donos da Maxiforte); Altino Luiz de Campos Pinheiro (ex-diretor do Módulo 3); Mário de Faria Gomes, Luiz Augusto Ramos e Jairo Luiz Ramos (donos da JR); Jooji Hato, Marlene Vatutin Hato e Jorge Roberto Pagura."
AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
"Reestruturação na Reuters", copyright Reuters / BOL (www.bol.com.br), 11/06/01
"A agência provedora de notícias e informação Reuters Group Plc divulgou nesta segunda-feira que sua reestruturação corporativa deverá significar algumas reduções de empregos, mas que a medida levará à um ganho de eficiência.
Tom Glocer –que sucede Peter Job como executivo-chefe no final de julho– disse à CNN que a Reuters está confiante em obter reduções de custos da ordem de 150 milhões de libras esterlinas (208 milhões de dólares).
Questionado sobre as reportagens da mídia britânica afirmando que o grupo iria cortar cerca de 500 empregos, Glocer disse: ?Nós não demos um número preciso, mas não seria nenhuma grande surpresa. Parte do programa de transformação que está em curso envolve a introdução de tecnologias em diferentes partes da empresa… e isso agrega eficiência, o que acaba resultando em pessoas saindo ou sendo realocadas para cargos diferentes?.
?O setor de Recursos Humanos responde por um pouco mais de 50 por cento do nosso custo total. Por isso, reduções de pessoal devem ser feitas quando necessárias?Glocer disse que a empresa não tem um número específico em mente relativo ao número de empregos a serem cortados.
A reestruturação –que a companhia tem definido como uma estratégia para aproximá-la ainda mais de seus clientes– começará quando Glocer tomar posse e deverá estar completa até o final de 2001.
As operações na Reuters são atualmente estruturadas em divisões focadas em produtos, mas serão substituídas por quatro linhas de negócios principais, cujo foco será o cliente: Tesouro; Investimento bancário/Corretagem; Administração de ativos e Mídia/Setor corporativo."
"A BBC World quer mais Brasil em sua pauta", copyright Jornal da Tarde, 9/06/01
"Tentando expandir seus domínios, a emissora inglesa BBC tem como próximo objetivo o Brasil. Nesta semana, está por aqui Stephen Cole, ex-Sky e CNN, para gravar uma edição especial do seu Click Online, sobre tecnologia e Internet, que irá ao ar no dia 12 de julho, vasculhando o País e marcando o ínicio da busca da emissora pelo alcance mundial no telejornalismo.
Stephen Cole percorrerá São Paulo, Rio, Brasília e Recife em busca de entrevistas com as personalidades da política e do mercado financeiro que ditam as regras na cena tecnológica. Entre os entrevistados estão Sílvio Meira, diretor-presidente do Centro de Estudos Avançados de Recife (Cesar), e a primeira-dama Ruth Cardoso.
?A América Latina ainda não recebeu a atenção que merece?, comenta Stephen que, no seu Click Online, visita diferentes regiões do mundo procurando verificar e analisar o impacto das novas tecnologias. ?É necessário investir mais para abrir as portas do continente latino-americano?, complementa.
O que vem por aí
O programa gravado aqui, no entanto, é apenas um primeiro passo da emissora. ?Queremos mudar o foco dado ao Brasil?, explica o apresentador, que acredita que o País ?será uma região-chave para a BBC World?.
Mostrando que quer entrar de fato na mídia brasileira, a emissora preparou várias pesquisas sobre o País. O resultado foi extremamente favorável. Segundo o parecer do estudo da emissora, o Brasil é o sexto maior mercado em potencial de crescimento de tevê paga no mundo e representa 50% da audiência da BBC na América Latina.
Quem adianta com maiores detalhes os próximos passos do canal britânico – se é que pode ser chamado assim, já que está no ar 24 horas por dia em 200 países – é o diretor administrativo Patrick Cross: ?Vamos começar a abordar mais, em nossos programas, temáticas relacionadas à agenda brasileira.?
As novidades não param por aí. Para o próximo semestre, a BBC estará transmitindo sua programação para a América hispânica com legendas em espanhol. E por que não em português? ?De acordo com nossas pesquisas, o público brasileiro se adapta melhor à lingua inglesa?, justifica Cole.
Para inglês ver
Mesmo querendo conquistar de vez o mercado brasileiro, o canal parece já ter notado o fenômeno da popularização do meio televisivo no Hemisfério Sul. Mas garante que não vai ceder. ?Não vamos nos adaptar?, afirma categoricamente Stephen Cole. ?O que vamos fazer é incluir elementos da cultura local ao nosso formato, mantendo nosso objetivo maior: informar.?
Em sua primeira visita ao Brasil, Stephen já tem muito a dizer sobre a área em que quer entrar. ?A cultura brasileira está fortemente presente na televisão.? Tanto que, para ele, a americanização não é uma ameaça à tevê do País. ?Além de ciente, a mídia brasileira é resistente à produção americana.?"