MONITOR DA IMPRENSA
IRÃ
"Irã proíbe retorno de jornalista da ‘Reuters’", copyright Folha de S. Paulo, 5/02/01
"O jornalista Jonathan Lyons, chefe da sucursal da agência de notícias ‘Reuters’ em Teerã, que deixou o país na madrugada de anteontem, ‘está proibido de voltar ao Irã’, anunciou ontem o Ministério da Cultura do país, segundo a agência oficial ‘Irna’.
‘Tendo em conta as faltas cometidas, o Irã rechaça qualquer pedido de retorno que lhe diga respeito’, disse o diretor do departamento de imprensa estrangeira do ministério, Mohammad-Reza Khochvaght.
A agência de notícias declarou que decidiu retirar Lyons do Irã depois de receber uma carta das autoridades iranianas com acusações contra o jornalista e ameaças contra a ‘Reuters’.
O editor-chefe da ‘Reuters’, Geert Linnebank, disse que a organização rejeitava ‘as alegações contra a ‘Reuters’ e contra Jonathan’.
A carta foi enviada após a publicação, em 22 de janeiro, de uma entrevista feita por Lyons com um dissidente preso, Akbar Ganji, sob o título ‘Reformista iraniano adverte sobre explosão política’.
‘A ‘Reuters’ defende a matéria como uma representação justa das observações de Ganji’, disse Linnenbank. ‘Lamentamos a atitude das autoridades iranianas, mas a segurança de nossos correspondentes é uma preocupação prioritária e não sentimos que podíamos garantir o bem-estar de Lyons em Teerã’.
A mulher de Lyons, Genevieve Abo, correspondente no Irã dos jornais ‘The Guardian’, inglês, e ‘International Herald Tribune’, norte-americano, também deixou o país no sábado.
‘Não fomos expulsos’, disse Abo. ‘Saímos do Irã porque nos ameaçaram verbalmente e por escrito de processos por parte das autoridades por haver violado uma lei que, pelo que sabemos, não existe, e segundo a qual é crime entrevistar um prisioneiro político. Fomos embora porque nos ameaçaram com a prisão.’"
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