GUERRA DE AUDIÊNCIA
Visto como um canal conservador, a Fox News tem atraído um público que não se encaixa no estereótipo de direita. Em novembro deste ano, a emissora registrou um aumento de 17% na audiência do horário nobre em relação ao mesmo mês de 2001; no mesmo período, os índices da CNN caíram 31%. Gostando ou não do estilo do veículo, comenta Alex Jones [New York Times, 1/12/02], a Fox se tornou parte do establishment.
Uma prova de sua influência foi a inclusão na lista de mídia conservadora que Al Gore, em entrevista ao New York Observer, acusou de ser "uma parte vital do Partido Republicano". Mas se a Fox fosse um mero instrumento da direita, não teria conquistado uma audiência tão grande no país. Para Jones, nestes tempos de guerra, os telespectadores apreciam a forte perspectiva americana do noticiário da Fox e o emprego de termos como "homicide bombers" (para descrever os homens-bomba palestinos) em vez do comumente usado pelo resto da mídia "suicide bombers". É o canal de notícias para a maioria que aprova Bush na presidência, em especial após o 11 de setembro.
Tom Rosenstiel, diretor do Project for Excellence in Journalism, acredita que a personalidade forte e consistente da Fox é outro atrativo, especialmente quando comparada à falta de posição da CNN. "Não há aquela sensação de incerteza ou experimentação que você às vezes vê na CNN", acredita. No entanto, Rosenstiel acha que os programas de opinião da Fox, como O’Reilly Factor, embora afirmem abrir espaço para que os liberais defendam seu ponto de vista, são menos honestos que programas de análise como Wolf Blitzer Reports (CNN), Meet the Press (NBC) e Face the Nation (CBS). Para o diretor, o poder dos apresentadores da Fox é grande demais, pois lideram o debate e reduzem ou estendem as discussões.