TIROS DE MURDOCH
O New York Post , diário controlado pelo tycoon Rupert Murdoch, publicou a fotografia de túmulos de soldados americanos na Normandia e provocaram um debate assíduo sobre o papel dos franceses na atual crise sobre a possível guerra no Iraque. "Eles morreram pela França, mas a França esqueceu", dizia a gritante manchete. O colunista Steve Dunleavy perguntou "onde estão os franceses, agora que os americanos se preparam para pôr seus soldados na frente de guerra para derrubar o Hitler de hoje, Saddam Hussein?"
Segundo Louise Jury em artigo para The Independent (18/2/03), o editor do jornal nova-iorquino Col Allan faz eco. "Nossa intenção é lançar um debate e pensar o papel da França e da Alemanha nesta luta. Acho que conseguimos o que queríamos."
O Post é conhecido pelo tom conservador em uma cidade liberal. Atualmente, "é uma posição muito confortável porque não nos sentimos isolados, e sim parte da dieta da grande mídia", disse Allan. O editor acredita que os franceses estão decepcionando o público. "O mundo mudou com o 11 de setembro (…). Os franceses não entendem isso."
Allan acha que o ataque do Post abarcou uma irritação crescente em nível nacional em relação aos franceses e esta é a melhor hora para um debate. Ele também acredita que seu jornal é analisado pelos concorrentes mais que o usual. O NY Post, apesar de não ter o prestígio e a tiragem de jornalões como The New York Times, The Washington Post ou The Wall Street Journal, é o jornal de crescimento mais rápido nos EUA nos últimos dois anos, com tiragem de cerca de 600 mil exemplares por dia.
Allan é conhecido como um homem de imprensa dominador, caindo como uma luva nos moldes de Rupert Murdoch, dono do Post, . O editor, no entanto, insiste que Murdoch não está ditando o tom anti-França e pró-Bush de seu jornal. "Estou lidando com meus próprios valores e com a história do jornal, não com os desejos cotidianos de meu patrão", disse.