Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Freio na liberalização

FCC

O 3o Tribunal de Apelações da Pensilvânia bloqueou a entrada em vigor da nova lei que liberaliza a propriedade de mídia nos EUA. Aprovada em junho, ela valeria a partir de 4/9, permitindo que empresas de comunicação fossem proprietárias de jornais, emissoras de TV e estações de rádio em uma mesma cidade, e que a audiência atingida por uma só rede de televisão pudesse ser de até 45% do total nacional.

A lei encontra muita resistência em grupos que temem uma nova onda de fusões que abale o caráter regional da mídia. As grandes corporações, favoráveis à desregulamentação, argumentam que ela é necessária num mercado transformado pela TV paga e pela internet.

O tribunal da Pensilvânia considerou que, se as novas regras entrassem em vigor, causariam danos irreparáveis ao Prometheus Radio Project, organização com sede na Filadélfia que auxilia grupos interessados em instalar rádios comunitárias.

Segundo David Caruso, da AP [3/9/03], a Comissão Federal de Comunicações (FCC, sigla em inglês), responsável pela implantação da nova lei, lamentou o entrave jurídico e afirmou que continuará defendendo a reforma.

Os grandes querem a liberalização

As grandes redes de TV americanas se uniram em campanha em prol da liberalização, segundo a Reuters [2/9/03]. CBS, NBC e Fox colocaram anúncios nas publicações The Hill e Roll Call, que circulam na capital Washington. O objetivo é influenciar a classe política.

Um dos slogans utilizados é "A América diz: não fique entre mim e minha TV". A rede ABC, de propriedade da Disney, também estaria apoiando a iniciativa, mas não se sabe exatamente em que medida. Além da propaganda, deve ser divulgada em breve uma pesquisa encomendada por essas grandes companhias, segundo a qual 87% dos americanos estariam satisfeitos com o grau de diversidade dos veículos pelos quais recebem notícias.