A VOZ DOS OUVIDORES
THE WASHINGTON POST
Howard Kurtz, conceituado observador da mídia norte-americana, articulista do Washington Post, abriu sua coluna de 26 de fevereiro com a seguinte frase: "A publicação mais quente do momento é o National Enquirer ? e ninguém da tropa de elite da imprensa americana está segurando o riso" [Veja, abaixo, remissão para o texto de Kurtz].
O artigo tratava do furo que o tablóide deu na imprensa tradicional, sendo pioneiro na divulgação do escândalo que envolveu o ex-presidente Bill Clinton, o irmão de Hillary e uma boa soma de dinheiro por um perdão presidencial no apagar das luzes de seu mandato.
A avaliação de Kurtz, na opinião Michael Getler, ombudsman do Washington Post (11/03/01), deve ter enervado a "séria" ou grande imprensa, apesar de tratar de um assunto que não se esvairá tão cedo e que toca na ferida mais desconfortável dos jornalões.
Uma olhada mais aprofundada em arquivos e crônicas de Kurtz sobre histórias por trás das reportagens, mostra que o estilo de tablóides de fazer jornalismo mudou a estrutura de políticos, da imprensa e de figuras públicas em geral.
Getler cita casos clássicos, como a denúncia do tablóide produzido pelo supermercado Star, em 1992, sobre Gennifer Flowers e seu romance com Bill Clinton, então governador do Arkansas. A história, que fez jornalistas no New York Times afirmarem ter vergonha da profissão, revelou-se importante anos mais tarde, quando os casos Paula Jones e Monica Lewinsky vieram à tona.
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