COMUNICAÇÃO DE FHC
"FH chama Macedo para comunicação do governo", copyright O Globo, 7/10/01
"O presidente Fernando Henrique Cardoso escolheu o publicitário Luís Macedo, de 70 anos, ex-proprietário da agência MPM, para ser o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo. Macedo vai substituir Andrea Matarazzo, novo embaixador do Brasil em Roma, e cuidar da imagem e da comunicação do governo, sendo, inclusive, responsável pela administração da verba publicitária institucional da União.
Uma lenda no mercado publicitário
Luís Vicente Goulart Macedo é gaúcho, mas mora no Rio de Janeiro. É uma verdadeira lenda no mercado publicitário, tendo sido o fundador, em 1957, com dois sócios, de uma das mais bem sucedidas agências de publicidade do país.
Na época, Macedo era um dos Ms da agência MPM, formada ainda pelos publicitários Petrônio Corrêa (o P) e Antonio Mafuz (o outro M). Macedo pilotava a agência do Rio, Petrônio a de São Paulo e Mafuz, a de Porto Alegre.
No mercado publicitário, há quem diga que o excelente desempenho da MPM ao longo das décadas de 60, 70 e 80 era fruto da estreita ligação dos sócios da agência com os governos militares.
Foi da MPM, por exemplo, a idéia de criar a campanha ?Exportar é o que importa? para o $Garrastazu Médici, quando o país decidiu fazer seu primeiro grande esforço no comércio exterior. Muitas contas de estatais passaram pela agência.
O gigantismo da MPM atraiu a atenção de grupos internacionais e a agência acabou sendo vendida, em 1991, para a Lowe Lintas, do grupo inglês Interpublic, virando MPM: Lintas. Nesta época, os sócios brasileiros decidiram trilhar caminhos próprios.
Em 1995, o grupo Interpublic comprou a agência Ammirati Puris e decidiu criar a Ammirati Puris Lintas, uma rede de 140 escritórios em 70 países.
Publicitário se dedicava a criar cavalos
Ao sair da MPM, Macedo voltou-se para o hobby que mais aprecia: os cavalos. No Rio, pode ser visto com freqüência nos corredores do Jockey Club. Primo do ex-presidente João Goulart e sobrinho de Neuza Brizola, mulher do ex-governador Leonel Brizola, falecida em 1993, Macedo vem de uma família gaúcha proprietária de cinemas no Rio Grande do Sul.
Casado pela segunda vez, tem quatro filhos (três mulheres e um homem). Morador do Alto Leblon, na Zona Sul do Rio, é grande amigo da família Gouvêa Vieira, também do Rio Grande do Sul e uma das donas do grupo Ipiranga, do setor de petróleo."
TV & BAIXARIAS
"Bate-boca marca debate de Ratinho e Cazé", copyright Folha de S. Paulo, 6/10/01
"Os apresentadores Carlos Massa, o Ratinho, e Cazé Peçanha deram um clima tenso ao último dia do 1? Encontro Internacional de TV, ontem, no hotel Glória, no Rio. Em uma mesa que tinha como tema ?Roupa Suja se Lava na TV?, os dois discutiram em tom exaltado, falaram palavrões, e Ratinho ameaçou ir embora.
O debate foi aberto pela apresentadora Soninha, da TV Cultura, que tentou definir programa de TV popular. Entre outros, criticou Sérgio Mallandro, e não citou o ?Programa do Ratinho?.
Em sua apresentação, Carlos Massa iniciou a polêmica citando a prévia do debate entre ele e Cazé, publicada pela Folha na quarta. Na reportagem, o apresentador da Globo perguntou a Ratinho, por exemplo, se ele não achava que o preço pago por uma pessoa que vai ao seu programa para receber ajuda não seria muito alto, pela exposição a que ela é submetida.
O apresentador do SBT afirmou que ?não sabe por que todo mundo discute televisão, que TV não é feita para discutir, mas para assistir?. ?No meu programa, mando eu, não tem essa de diretor?, disse. ?Na Folha, o Cazé me perguntou se eu não acho que as pessoas são expostas e que isso as prejudica. Elas vão no meu programa porque não conseguem resolver o problema. Quem já tem que conhecê-la, o vizinho, o amigo, já conhece. Não tem exposição.?
Disse que ?TV popular é aquela que o povo quer ver, que ninguém tem que impor cultura ao povo?. Em seguida, Cazé fez sua apresentação, discordando das declarações de Ratinho. Enquanto falava, foi interrompido pelo apresentador. Nesse momento, o debate ficou muito tenso, e o mediador chegou a perder o controle da mesa. O apresentador da Globo elogiou o ?talento de Ratinho como apresentador?, mas disse que ele poderia ?ajudar as pessoas sem expor seus dramas da maneira como faz, transformando tudo em espetáculo?.
Mesmo quando as apresentações se encerraram e a discussão foi aberta às perguntas da platéia, os ânimos dos debatedores continuaram exaltados. Houve momentos em que os dois falaram ao mesmo tempo. Ratinho, nitidamente nervoso, disse que ?Cazé estava querendo aparecer em cima dele?. ?Pega um microfone e vai aparecer na Globo.? Como Ratinho era aplaudido em suas declarações, Cazé afirmou: ?É isso, todo mundo aplaude, você transforma tudo em espetáculo?. ?Está com ciuminho de mim. Eu não sou obrigado a aguentar isso. Se é assim, vou embora agora.?
Com algumas intervenções, Soninha e o mediador da mesa conseguiram atenuar a discussão e prosseguir com as perguntas."
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"Casoy discute com diretor da Globo", copyright Folha de S. Paulo, 6/10/01
"Um debate sobre telejornalismo acabou virando bate-boca entre Boris Casoy, âncora do ?Jornal da Record?, e Amauri Soares, diretor de jornalismo da Globo, anteontem, no Encontro Internacional de TV.
Em sua exposição, Soares afirmou que ?a Globo é a única que sobrevive exclusivamente de comerciais?. Falando na sequência, Casoy disse: ?Gostaria de lembrar que minha emissora vive também de anunciantes. Tem lá suas ligações com a igreja Universal, do mesmo jeito que a Globo tem com bancos e fundações?.
O diretor da Globo disse que a Justiça investiga o uso de dinheiro da igreja na compra de TVs. ?E como a Globo construiu seu império??, perguntou Casoy.
?A Globo não tem dinheiro que vem de sacolinha de igreja?, retrucou Soares. ?Mas vem de outras sacolinhas?, disse Boris Casoy."
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"Ratinho e Cazé lavam roupa suja no Rio", copyright Folha de S. Paulo, 3/10/01
"Os apresentadores Carlos Massa, o Ratinho, do SBT, e Cazé Peçanha, da Globo, farão parte de uma mesa de debates, na sexta-feira, do 1? Encontro Internacional de Televisão, que começa hoje no Rio de Janeiro. O tema: ?Roupa Suja se Lava na TV?.
O assunto deve ser um dos mais polêmicos do evento, que tem confirmada também a participação de Chris Cramer, presidente da CNN Internacional, Daniel Filho, diretor da Globo, Max Fivelinha, apresentador da MTV, além de executivos da TV, intelectuais e representantes do governo (confira a programação no site www.encontro.tv).
O evento está sendo organizado pelo Instituto de Estudos de Televisão, dirigido pelo jornalista e documentarista Nelson Hoineff, e discutirá questões como audiência, ética, legislação, entre outros temas relacionados à TV.
Cazé e Ratinho, frente a frente, falarão sobre a transformação do anônimo em personalidade na televisão. O apresentador da Globo, que ?vê pouco? o ?Programa do Ratinho?, e o do SBT, que nunca assistiu ao ?Sociedade Anônima?, comandado por Cazé durante nove domingos, têm visões diferentes sobre o tema.
E, para tentar antecipar um pouco do que promete ser a discussão, Cazé elaborou, a pedido da Folha, algumas questões para Ratinho. A entrevista, intermediada pela reportagem, segue abaixo e deve ser só o começo da lavagem de roupa suja.
Cazé Peçanha – Você se sentiria à vontade em expor algum eventual problema familiar, com sua mulher, por exemplo, em um programa como o seu? Por quê?
Ratinho – Se houvesse necessidade disso para resolver o problema, eu iria. As pessoas vão ao meu programa quando não conseguem resolver as brigas fora dele. Se conseguissem, não iriam. O importante para elas, e isso vale para mim também, é resolver.
Cazé – O preço que se paga para receber na TV o serviço que você diz prestar não é muito alto, pela exposição a que a pessoa costuma ser submetida? Não haveria como prestar o mesmo serviço sem que as pessoas fossem expostas assim?
Ratinho – Eu não vejo dessa forma. Quando um problema chega ao meu programa, é porque a pessoa não conseguiu outra forma de resolvê-lo. Ninguém quer vir ao meu programa. O Cazé é muito sabido, muito inteligente…, mas quero ver ele ir pedir pensão em um lugar onde ninguém o conheça, com advogado público, para ver quanto tempo ele fica na fila. Fica cinco anos.
Cazé – O que faz para se distanciar dos dramas de quem leva ao palco? O distanciamento não se torna necessário para manter o tom de espetáculo diante de histórias tão dramáticas?
Ratinho – Não vejo assim também. Eu não me distancio. Para fazer o que faço, tem que se envolver. E faço isso porque tenho competência para resolver cada situação que levo ao palco. Cada um nasce para uma coisa.
Cazé – Se pudesse fazer um programa sem nenhum compromisso comercial ou sem responsabilidade de dar audiência, qual faria?
Ratinho – Exatamente o mesmo."
"Evento provoca saia-justa entre Globo e Record", copyright O Estado de S. Paulo, 6/10/01
"Saia-justa no segundo dia do 1.? Encontro Internacional de TV, ontem, no Rio. Na abertura da mesa Telejornalismo e Formação de Opinião, às 10 horas, o diretor de Jornalismo da Globo São Paulo, Amauri Soares, manteve um debate mais do que acalorado com Boris Casoy, âncora da Record.
Diante de uma platéia de empresários e estudantes de Comunicação, Soares discutia a isenção do jornalismo na TV. Para ele, só tem cobertura independente a emissora cuja fonte de renda venha só de anunciantes. ?A Globo é a única que sobrevive exclusivamente de intervalos comerciais?, disse.
Casoy, até então, não se abalara. Pegou a palavra e, ao fim de sua palestra, alfinetou, educadamente: ?Gostaria de lembrar que minha emissora vive também de anunciantes, tem lá suas ligações com a igreja Universal, do mesmo jeito que a Globo tem com bancos e fundações.?
Soares esperou, polidamente. Quando Casoy terminou de falar, pediu o microfone: ?Quero lembrar que há processos contra a Record que investigam o uso de dinheiro da igreja na compra de emissoras.?
A temperatura, então, subiu.
Casoy: ?E como a Globo comprou tanta coisa e construiu seu império? Há vários processos contra a emissora por motivos similares.?
Soares: ?A Globo não tem dinheiro que vem de sacolinha de igreja.?
Casoy: ?Mas vem de outras sacolinhas.?
Sidney Resende, representante das Organizações Globo que mediava o debate, tentou contornar a situação, sob aplausos de um público favorável a Casoy.
Até que o jornalista Eugênio Bucci, comentarista da mesa, interveio. ?Essa discussão não é para rir?, lembrou à platéia. ?O que foi dito aqui é muito sério: que há informações sobre os tráficos de influência que envolvem a TV, denunciado nesta mesa tanto por Record como Globo.?"