OFJOR CI?NCIA
OfJor Ciência 2000 ? Oficina OnLine de Jornalismo Científico é uma iniciativa do Observatório da Imprensa, Labjor e Uniemp.
SCIENCE VS. AVANÇA BRASIL
"Embaixador brasileiro corrige reportagem sobre destruição da Amazônia", copyright Global Press (www.globalpress.com.br), 2/02/01
"O embaixador do Brasil na Inglaterra, Sérgio Amaral, enviou uma carta ao The Guardian, corrigindo informações contidas na reportagem ?Projeto rodoviário poderia destruir a Amazônia brasileira?, publicada pelo jornal inglês no último dia 20.
?A taxa anual de desflorestamento na Amazônia brasileira é de 1,7 milhão de hectares e não dois milhões, como afirma o artigo. Isso corresponde a cerca de 0,4% da cobertura da floresta. Se for mantido esse mesmo ritmo de desflorestamento nos próximos 20 anos – o que é altamente improvável devido às medidas tomadas para proteger a floresta – a perda chegaria a 8% e não 95%, como diz o artigo.
O projeto Avança Brasil prevê investimentos de cerca de 8 bilhões de libras para a Amazônia no período entre 2000 e 2007, e não 27 bilhões de libras. Esse total inclui investimentos em desenvolvimento social, informação e meio ambiente.
A preservação do meio ambiente, e particularmente da floresta amazônica, é uma alta prioridade do Avança Brasil; os gastos com infra-estrutura não ultrapassam 5,3 bilhões de libras. Apenas uma fração desse total será usado em pavimentação de rodovias, e não está prevista a construção de nenhuma estrada nova, apenas a pavimentação das que já existem?."
"Governo vai reavaliar impacto dos projetos Avança Brasil", copyright O Estado de S. Paulo, 30/01/01
"O governo fará uma licitação para fazer uma análise ambiental estratégica dos projetos previstos no Avança Brasil para a Amazônia. A licitação deve ser concluída no segundo semestre e o consórcio vencedor terá 12 meses para concluir o estudo.
O secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, José Paulo Silveira, negou ontem, em Brasília, que a nova análise tenha sido encomendada por causa das críticas feitas por organizações não-governamentais (ONGs) e cientistas sobre os efeitos ambientais desses projetos na Amazônia.
Silveira classificou de ?simplista e sem fundamento? estudo do biólogo William Laurence sobre o desflorestamento, publicado na Science. ?O estudo avaliou o que aconteceu nos últimos 25 anos e projetou os índices para os próximos 20, sem considerar as ações adotadas pelo governo?, disse.
?Discordamos totalmente do método.? Houve mudanças na lei, disse, como a revisão do código florestal e a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Silveira admitiu que os projetos do Avança Brasil terão impacto ambiental.
?Impacto há sempre, mas descontrole não.?
Para Garo Batmanian, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), ?o governo deveria tomar medidas para evitar que as projeções se realizem?.
?Antes de abrir as estradas (previstas no Avança Brasil) deveria ser feito o zoneamento ecológico-econômico?, disse. O mais comum, disse ele, é a área de influência da estrada ser invadida, desmatada, explorada de forma predatória, para só depois se preservar o que sobrou.
Explicação – A fim de ?esclarecer a polêmica?, Laurence fez uma palestra ontem, no auditório do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa), em Manaus. Disse que houve certa precipitação na divulgação de parte da pesquisa. ?Na verdade, foram dois modelos. Em um deles, menos otimista, 42% da floresta serão destruídos até 2020. No outro, 28%.?
?Se membros do governo não concordam com os resultados é porque evitam ouvir o que não lhes interessa.? (Colaborou Paulo Roberto Pereira, Agência Estado)"
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