ENTRETENIMENTO
Relatório da Federal Trade Comission (FTC) sobre as gravadoras de disco e produtoras de filmes e videogames elogia as últimas por terem feito progressos desde o ano passado. Enquanto as produtoras passaram a classificar a faixa etária apropriada para o consumo de material considerado violento, a indústria musical foi criticada por não ter mudado de hábitos: é a única que ainda não estabeleceu restrições a produtos a que menores de idade podem ter acesso em revistas, TV, rádio e internet. Embora as gravadoras rotulem os que apresentam "conteúdo explícito", tal classificação não informa restrição de idade, como a usada em filmes e jogos.
Apesar dos esforços de alguns setores, no entanto, o comércio continua liberado. De acordo com o relatório, metade dos cinemas americanos vende entradas a crianças menores de 17 anos para filmes proibidos para esta faixa etária; o mesmo ocorre em 78% das lojas que vendem jogos de videogame e em nove entre 10 lojas de música. Para o FTC, nenhuma das três indústrias fez progressos para conseguir a colaboração dos varejistas, que poderiam exigir, por exemplo, a identidade do comprador ou a permissão dos pais para a venda.
Satisfeito com o relatório, o senador Joseph Lieberman disse que vai engavetar projeto de lei para punir empresas de entretenimento que oferecem material violento a crianças. Segundo Andy Sullivan [Reuters, 5/12/01], em vez de castigar, o senador propõe que o FTC monitore a indústria pelos próximos cinco anos.
TURQUIA
Dois funcionários do governo turco foram filmados por câmeras ocultas aceitando suborno de um jornalista disfarçado. O flagrante foi transmitido ao vivo na noite de quinta-feira, 6/12, no programa Cross Fire, do canal privado Show.
Fingindo ser um empresário, o jornalista Taner Dileklen manteve contato Cevat Kaban, diretor de pessoal do gabinete do primeiro-ministro, e Nevzat Durgen, funcionário público, por quatro meses. Dileklen negociava verba estatal para um fictício empreendimento turístico e o aluguel de terras do Estado na costa do Mediterrâneo. Kaban pediu US$ 140 mil e Durgen, metade da quantia, para liberar o pedido. Confiante de que os homens aceitariam o dinheiro, a rede marcou o encontro para coincidir com a exibição do programa, assistido por milhares de turcos.
Dileklen entregou a cada um US$ 330 como pagamento inicial, que os funcionários prontamente colocaram no bolso. Neste momento, o jornalista informou que se tratava de um flagrante, e policiais em roupas civis se identificaram e os algemaram. Segundo Selcan Hacaoglu [Associated Press, 7/12/01], Kaban e Durgen estão soltos sob fiança.
Enquanto a Turquia ambiciona entrar para a União Européia, a necessidade de mostrar intolerância com casos de suborno ficou mais urgente. A corrupção é vista como um dos fatores por trás da crise econômica que fizeram a moeda local se desvalorizar pela metade desde o começo de fevereiro, e que já custou um milhão de empregos.