UNIVERSIDADES FEDERAIS
Victor Gentilli (*)
Cada um tirou sua casquinha a seu modo, mas todos comeram mosca. A greve dos servidores e dos professores das universidades federais chegava a um impasse perigoso na semana passada, no mesmo momento em que o projeto presidencial do ministro Paulo Renato Souza ficava mais ostensivamente frágil.
O presidente Fernando Henrique chamou a si a retomada das negociações. Com este movimento, sinalizou para a mídia a suposta incapacidade do ministro e trouxe para si um eventual sucesso nas negociações. Dias depois, a Fasubra anunciava o indicativo de fim de greve a ser levado às assembléias de funcionários de universidades. O ministro anunciou que providenciaria o pagamento dos salários retidos.
A greve dos docentes, que começou mais tarde, continua; fragilizada pelo retorno às atividades dos servidores administrativos.
Enquanto isso…
No mesmo dia em que o presidente Fernando Henrique comandava as negociações, o Conselho Nacional de Educação promovia uma audiência pública para debater um documento ? de autoria da secretária de Ensino Superior, Maria Helena Guimarães de Castro ? que altera substancialmente toda a política de ensino superior. Basta dizer que as Comissões de Especialistas deixarão de existir.
Enquanto a imprensa estava todinha olhando para a greve, com os olhos oficiais, claro, entidades debatiam temas importantíssimos a poucos quilômetros de distância. Ou a um toque do mouse.
A quantidade de fontes com boas informações sobre as mudanças no sistema de educação superior é farta. Os jornais, ignoram-nas. As fontes preferem ser procuradas a procurar. Para encontrá-las, basta clicar no sítio do MEC e procurar as entidades que participaram desta audiência pública.
O volume de informação nova de interesse para o cidadão nunca foi tão grande quanto hoje.
Nenhuma linha na mídia. [Concluído às 20h20 de 20/10/01]