Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Hélio Campos Mello

PRÊMIO ESSO 2001

"O Esso de ISTOÉ", copyright IstoÉ, edição 1682

"A redação de ISTOÉ tem o prazer de dividir com vocês, leitores, o Prêmio Esso de Jornalismo, que recebemos na noite de quarta-feira 18, no Rio de Janeiro. Em sua 46? edição, este é o mais tradicional, importante e cobiçado prêmio de jornalismo do País. De 1996 a 2001, ISTOÉ recebeu oito Prêmios Esso. Desde 1976, quando foi fundada, a revista conquistou 12 desses troféus. Em outras ocasiões foi mencionado neste espaço que não fazemos jornalismo para ganhar prêmios, mas ganhá-los nos traz muita alegria. E é essa alegria e essa honra que queremos compartilhar com nossos leitores.

A reportagem que passa para a história como o Prêmio Esso de Jornalismo 2001 começou em fevereiro deste ano, quando os repórteres da sucursal de Brasília, Mino Pedrosa, Andrei Meireles e Ricardo Stuckert, descobriram que o então senador Antônio Carlos Magalhães iria ao Ministério Público Federal fazer denúncias envolvendo o também então senador Jader Barbalho e altos escalões do governo FHC. Os repórteres, além de fotografar ACM à saída do encontro, conseguiram reconstituir e revelar o conteúdo da reunião. No encontro, o senador fez as denúncias e também uma confissão. Disse aos procuradores Guilherme Schelb, Eliana Torelly e Luiz Francisco de Souza que havia lido a lista de votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão. Ou seja, o senador, quando presidente da Casa, tinha acesso aos votos secretos de seus pares. O trabalho dos repórteres alterou os rumos da política nacional. Assim que soube da reportagem, o presidente da República rompeu com ACM e imediatamente demitiu Waldeck Ornelas e Rodolpho Tourinho, os dois ministros da cota do senador baiano.

Com o time reforçado por Mário Simas Filho, Ricardo Miranda, Isabela Abdala e Sônia Filgueiras, a investigação continuou e foi descoberto ainda o envolvimento de outro senador no escândalo do painel de votações: nada menos que o líder do governo José Roberto Arruda. As reportagens provocaram infindáveis reuniões do Conselho de Ética do Senado, que acabaram por comprovar a fraude. Na edição do final de maio deste ano, três meses depois da primeira reportagem da série, ISTOÉ registrou a renúncia do senador Antônio Carlos Magalhães, já antecipada em capa anterior da revista.

O honrado e aguerrido senador Pedro Simon, incansável participante das reuniões do Conselho de Ética, enviou fax à redação nesta quinta-feira 19, do qual destacamos o trecho que muito nos orgulha: ?O jornalismo praticado por ISTOÉ representa uma contribuição inestimável para a história do País e é um passo decisivo para a depuração de nossas práticas políticas, de acordo com os princípios éticos e morais que sempre defendi e que são, também, o manual de redação de nossa brava ISTOÉ.?"

"Em risco", copyright Jornal do Brasil, 20/12/01

"Co-autora da série Feira de drogas, ganhadora do Prêmio Esso de Televisão, anteontem, a repórter Cristina Guimarães pediu proteção à Anistia Internacional.

Após filmar com uma microcâmera, em agosto, a venda de entorpecentes na Mangueira e na Rocinha, ela passou a receber telefonemas ameaçadores.

A jornalista queixa-se de que a TV Globo, informada da situação, não designou seguranças para protegê-la.

Cristina acionou a emissora na Justiça, pediu demissão e trocou o Rio por endereço ignorado."