CRISE NAS REVISTAS
Tradicionais revistas americanas têm entrado em decadência e adotado estratégias de reformulação que lhes garanta sobrevida. A Reader’s Digest, por exemplo, teve queda de 25% na tiragem nos últimos dez anos e agora luta para se estabilizar em patamar mais baixo. Há pouco, a apresentadora de TV Rosie O’Donnel abandonou a revista que leva seu nome. Morria, assim, a clássica McCall?s, que a editora Gruner & Jahr USA associara à estrela da televisão na tentativa de salvar a publicação.
A reformulação de uma revista é difícil, mas pode dar certo. A Life, que fez história com seu estilo fotográfico, teve derradeira tentativa de reestruturação nos anos 90, mas não funcionou. Já Newsweek e Time seguem firmes na cobertura da cultura popular mesmo após terem morte decretada com o aparecimento de jornais nacionais e de canais a cabo de notícias. David Carr, jornalista do New York Times [24/9/02], pesquisou as estratégias adotadas por grandes revistas para se adaptarem aos novos tempos.
A octogenária Reader’s Digest, publicação de maior tiragem no mundo, ataca em duas frentes: financeira e jornalística. O modelo econômico da revista foi alterado para que se tornasse mais lucrativa, mesmo com faturamento menor, por meio de redução de custos. No conteúdo, a editora-chefe Jacqueline Leo acrescentou material original, alterando um formato que não mudava havia décadas. Entre as novidades estão contribuições de Tucker Carlson, da CNN, e da humorista Mary Roach.
Na TV Guide, historicamente considerada acessório indispensável ao televisor do americano, a preocupação principal é com a concorrência dos meios eletrônicos. A tendência é de a revista ficar mais sob medida para cada tipo de leitor. "Se você é assinante da TV a cabo da Time Warner, nós lhe daremos um produto perfeita e precisamente confeccionado para a programação do seu televisor", explica John Loughlin, presidente editorial recém-contratado.
Aos 130 anos, a Popular Science está sendo reformulada pelo seu novo proprietário, a AOL Time Warner. A falta de investimento do antigo dono, a Times Mirror, fez com que se transformasse em revista para público mais velho, o que derrubou o interesse dos anunciantes. Uma mudança agressiva de texto e gráficos fez crescer em 40% o número de anúncios em um ano, com matérias como "Sexo, mentiras e esposa trapaceira: a ciência da monogamia".
A Playboy também está de olho em leitores mais jovens. Apesar de não ter tido queda de circulação, a estagnação não satisfaz a Playboy Enterprises. O editor James Kaminsky foi trazido da Maxim, revista britânica que estourou no mercado americano. A ver no que vai dar.