Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

IFJ manda carta ao governo de Bangladesh…

VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS

Christopher Warren, presidente da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, sigla em inglês), enviou no dia 15/12 uma carta à primeira-ministra de Bangladesh, Khaleda Zia, protestando contra os violentos ataques contra jornalistas por ativistas do partido governista do país.

Warren disse que sua organização, representante de mais de 500 mil jornalistas em todo o mundo, está "preocupada com o ataque violento a sete jornalistas por agentes filiados ao Partido Nacionalista de Bangladesh".

Segundo o presidente da IFJ, os jornalistas ? Shamim Azad, Mominul Islam, Manabendra Bataybal, Pulak Chatterjee, Akkas Sikder, Alauddin e Shamim Ahmmed ? foram atacados ao chegarem ao Clube de Imprensa de Jhalakathi no dia 8/12, quando se realizaria um protesto contra o ataque ao jornalista Humayun Kabir por terroristas do partido em 4/12.

"Isso indica o estado miserável da liberdade de imprensa em Bangladesh, em que aqueles que protestam contra um incidente anterior de violência a jornalistas acabam sendo vítimas de novos ataques do gênero", escreveu Warren.

"A IFJ exige que o governo de Bangladesh investigue os ataques contra esses jornalistas e trabalhem a fim de justiçar os envolvidos. O governo deve garantir que jornalistas estejam livres do medo de violência e represália, uma vez que uma mídia livre e independente são fundamentais para garantir a democracia."

Em outra carta, endereçada ao presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, a Federação Internacional de Jornalistas [15/12] protesta contra a comum perseguição a jornalistas no país.

A carta, também escrita pelo presidente da entidade, Christopher Warren, diz que a organização está profundamente preocupada com a atual cultura de perseguição e intimidação de jornalistas no Paquistão. Warren contesta o discurso feito recentemente pelo ministro da Informação paquistanês de que a mídia nacional é aberta e livre dizendo que a afiliada da IFJ no Paquistão garante que intimidação, coerção, prisão e perseguição de jornalistas são comuns no país.

Como exemplo, Warren cita o caso de Aamir Meer, do mensal Herald. O carro do jornalista, estacionado ao lado de fora de sua residência, "foi incendiado por pessoas não-identificadas", diz a carta. "Meer recebeu uma mensagem do serviço de inteligência reconhecendo a autoria do crime e dizendo que haveria novas incursões".

O governo paquistanês, de acordo com o presidente da IFJ, também "condenou o Herald por ser ?antimilitar? e ?trabalhar contra o interesse nacional?". "Depois, fomos informados de que vocês [do governo] disseram que chegou a hora de lidar com o Herald e Meer".

A IFJ pede que o presidente, "como chefe de Estado, estabeleça um tom aberto e livre à mídia do Paquistão". Mais adiante, encerrando a mensagem, Warren pede que Musharraf "retire os comentários e peça desculpas imediatamente a Meer e seu jornal".