REUTERS
Ao reportar o assassinato de judeus que faziam compras por palestinos armados com metralhadoras, em Afula, cidade ao norte de Israel, a Reuters juntou a morte dos assassinos com a das vítimas, de acordo com a HonestReporting.com (29/11/01). O artigo, intitulado "Enviado dos EUA pede o fim da violência entre Israel e Palestina", escrito por Mohammed Assadi, de Ramalá, em 28 de novembro, pouco depois do atentado que matou três pessoas e feriu 50.
Na quarta sentença, a Reuters diz que "diálogos com líderes israelenses foram ofuscados pela morte de três palestinos armados e três israelenses". Afula está dentro das fronteiras de Israel no período pré-1967, fato omitido pela Reuters. A agência também n&atildatilde;o disse que um dos terroristas era das forças armadas da Autoridade Palestina, ao contrário da maioria dos veículos, entre eles, Associated Press.
Entre outros exemplos relevantes, o que recebe maior destaque é o fato de a Reuters evistar o termo "terrorista" ao se referir aos palestinos suicidas, preferindo utilizar o adocicado termo "militante".
JORNALISTAS CONFINADOS
No dia 5 de dezembro, quase dois meses após o início do ataque dos EUA ao Afeganistão, o Pentágono reconheceu que repórteres e fotógrafos que acompanhavam tropas na Marinha nas incursões foram desnecessariamente vetados na cobertura da bomba dos próprios EUA que deixou três americanos mortos e 19 feridos, em sua base ao norte de Kandahar. Segundo David E. Rosenbaum [The New York Times, 6/12/01], um porta-voz do Pentágono, David Lapan, prometeu mais acesso no futuro.
"Cometeram-se erros", disse Lapan. O porta-voz afirmou também que o Pentágono reiterou aos comandantes no campo de batalha a importância de dar acesso à imprensa em eventos importantes.
Quando as baixas foram reveladas à base da Marinha, no dia 5, cerca de uma dúzia de repórteres e fotógrafos que formavam o pool de imprensa organizado pelo próprio Pentágono foi confinada em um depósito e proibida de entrevistar ou tirar fotos de feridos, paramédicos e soldados envolvidos no resgate. O confinamento gerou protestos de jornalistas. "Achamos um escândalo", disse Sandy Johnson, chefe de reportagem da sucursal de Washington da Associated Press. "Esta é uma notícia importante, soldados americanos mortos e feridos por fogo aliado. Qual o sentido em ter repórteres lá se não podem cobrir as notícias?"
Jill Abramson, chefe de reportagem da sucursal de Washington do New York Times, afirmou que "esse é um abuso grosseiro das regras no campo de batalha. É bem difícil entender quais questões de segurança operacional teriam sido violadas ao se permitir o acesso dos repórteres".
O desafio, para Lapan ? ele próprio um fuzileiro ?, é achar o equilíbrio entre a necessidade do público pelas últimas informações e a privacidade das vítimas e suas famílias. Lapan disse que o certo seria ter deixado que os jornalistas se aproximassem de vítimas e paramédicos, mas fotos que identificassem os mortos e feridos deveriam ser proibidas.