Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Introdução ao radiojornalismo

SALA DE AULA

Pedro Celso Campos (*)

Foi em 1919 que a radiodifusão comercial teve início no Brasil, com a fundação da Rádio Clube de Pernambuco. Mas só em 1923 o governo autorizou a veiculação de publicidade comercial (os "reclames", como se dizia na época). O novo veículo de comunicação ganhou impulso, nesse ano, com o surgimento da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (Roquete Pinto). Movido a válvulas alimentadas por energia elétrica, o rádio disseminou-se por todo o país, ocupando pesados móveis nas salas de visita. Na década de 1940 consolidava-se como o mais importante meio de comunicação.

Destacava-se, desde a década de 30, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, situada na Praça Mauá, que entrou no ar exatamente às 21 horas do dia 12 de setembro de 1936, equivalendo, mutatis mutandi, à Rede Globo de Televisão que temos hoje: sob a direção de Vitor Costa, contava com 10 maestros, 124 músicos, 33 locutores, 55 radiatores, 39 radiatrizes, 52 cantores, 44 cantoras, 18 produtores, 13 repórteres, 24 redatores, quatro secretários de redação e 240 funcionários administrativos. Os programas iam ao ar em seis estúdios e um auditório de 500 lugares.

Operando com dois transmissores para ondas médias (25 e 50 kW) e dois para ondas curtas (cada um com 50 kW), cobria todo o território nacional, chegando também à África, à Europa e aos EUA. Em plena guerra, em 1941, surgiram na Rádio Nacional dois programas que marcariam definitivamente a radiofonia brasileira: o Repórter Esso e a radionovela Em busca da felicidade, "num oferecimento de Colgate-Palmolive". O Brasil inteiro acercava-se do rádio quando entrava no ar o prefixo característico: "Senhoras e senhoritas, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro apresenta Em busca da felicidade, emocionante novela de Leandro Blanco", conforme registros de Júlia Lúcia de Oliveira Albano da Silva em Rádio: oralidade mediatizada (São Paulo, Annablume, 1999).

Em 1948 surgiu o transistor, que tirou o rádio da parede, com a substituição das válvulas elétricas por pilhas comuns. Então, miniaturizado, o veículo viveu a chamada Idade de Ouro do rádio brasileiro, compreendida pelas décadas de 40 e 50 (antecedendo o inescapável período de modificações profundas provocadas pelo surgimento da televisão nos anos 50). Foi uma época marcada pela radionovela, pelos programas humorísticos, grandes musicais, programas de auditório, tudo patrocinado por grandes anunciantes como General Motors, Laboratório Sidney Ross, Gessy Lever etc.

Com a televisão, o rádio perdeu o indispensável apoio dos anunciantes. Ocorreu a substituição da preferência dos "reclames falados", ou cantados em deliciosas vinhetas, pela garota-propaganda na telinha de TV, que surgira em 1950, com a PRF-3, TV Tupi de São Paulo. Iniciava-se uma escalada de audiência que viria a tirar a primazia do rádio 10 anos mais tarde. Entre o fim dos anos 60 e o início dos anos 70, a televisão se firmou no mercado e o rádio deixou a sala de visitas, refugiando-se na cozinha, nas mesas de cabeceira, no quarto de passar roupa, nos carros, até nos galhos de pé de café… Era o rádio buscando outro perfil de público.

Na impossibilidade de acompanhar a televisão ? veículo de integração nacional, com audiência maciça ?, as principais emissoras de rádio abandonaram, no fim do século 20, o conceito de "público geral", assumindo sua audiência atomizada e partindo para a exploração de segmentos cada vez mais específicos (conforme Roberto P. Queiroz e Silva. "Questão de publicidade no rádio brasileiro". revista Comunicarte, n? 2. São Paulo, Educ, citado por Silva, 1999). Na capital paulista surgiram emissoras especialmente direcionadas para gêneros musicais, como rock, MPB, samba, tendo como meta atingir um público de perfil bem delineado.

Outro caminho trilhado pelos grupos empresariais do rádio foi a formação de redes de retransmissão por satélite para diferentes regiões do país. No fim da década de 90 o país contava com 10 grandes redes: Líder-SAT (92 emissoras), Jovem Pan-SAT-FM (41), Rede Bandeirantes AM (31), Transamérica-TransSAT (30), Antena 1-SAT (30), CBN (25), Gaúcha-SAT (22), Jovem Pan SAT-AM (19), Atlântica-SAT (12) e Bandeirantes FM (6).

Paulo Machado Neto, diretor da Rede Jovem Pan SAT, delineia assim o futuro da radiofonia: "O rádio, enquanto veículo de entretenimento, deve ser universalizado. O futuro do veículo será por via satélite, até com a possibilidade de sintonia internacional através da banda digital" (Meio e Mensagem. abril, 1997).

Prestes a completar 100 anos, daqui a menos de duas décadas, o rádio se consolida como o grande veículo de notícias e prestação de serviço, sendo insubstituível como mídia que se pode acessar a qualquer momento, em qualquer lugar, enquanto se faz outra coisa: as mãos que operam o teclado da internet podem estar ao volante, os olhos que se fixam na tela da TV podem perscrutar a estrada, a atenção necessária à leitura do impresso transforma-se no lazer de ouvir sem esforço.

Mas, além do caminho comercial e empresarial, o rádio da virada do século também é um veículo que se opõe à lógica neoliberal através da organização da sociedade civil com a instalação das emissoras comunitárias, algumas de grande sucesso, como a Rádio Favela, de Belo Horizonte. É um rádio feito pelo povo, e não apenas para o povo, valorizando o local em contraste com os modelos impostos pela globalização da economia e a mundialização da cultura. Apesar do boicote das emissoras comerciais e das entidades que as representam, as comunitárias já são mais de sete mil em todo o país e têm mais de 200 mil ouvintes por minuto só em São Paulo.

Por ser um veículo de baixo custo operacional e de amplo alcance, o rádio comunitário, operado pela sociedade civil organizada, vai se firmando cada vez mais como instrumento legítimo de formação democrática e cidadã.

Diferenças e características

O profissional multimídia deve ser capaz de perceber os detalhes da produção jornalística de cada veículo. Muitas vezes eles são sutis, mas podem fazer a diferença. Veja alguns exemplos:

** A redundância combatida no texto de TV e também no impresso é uma necessidade no rádio, pela fugacidade do sonoro. Para Walter Ong (Oralidad y escritura-tecnología de la palabra. México, Fondo de Cultura Econômica, 1987, citado por Silva, 1999), é conveniente que o locutor diga a mesma coisa ou algo equivalente pelo menos duas ou três vezes. Afinal, o texto radiofônico está baseado na memorização, como na tradição oral dos povos antigos. Por isso, a mensagem publicitária ? o spot ? assemelha-se aos relatos míticos das sociedades orais com frases ou expressões metricamente adequadas à memorização: "Tomou Doril, a dor sumiu".

** O texto escrito exige atenção exclusiva do leitor. Mas ninguém interrompe o que está fazendo para ouvir rádio. Por isso o texto radiofônico precisa captar a atenção do ouvinte com frases concisas, de forma atraente, clara, persuasiva. É uma linguagem resultante da combinação de elementos verbais (o texto) e não-verbais (a sonoplastia, o desempenho da voz), toda voltada para a missão básica do rádio: entreter, informar, persuadir.

** Não se pode esquecer o papel fundamental da voz no rádio. Todo texto, ao ser vocalizado, adquire uma identidade "diferente", pois entra em ação o desempenho, a performance do locutor/ator. "Oi, gente!", na voz de Eli Corrêa, é uma expressão recriada, reinterpretada, quase que reinventada. Ritmo, clareza, emoção… são as marcas do rádio.

** Outra característica do rádio é a improvisação.A maioria dos textos, principalmente nas FMs, não passa pelo processo escritural: fala-se de improviso, coloquialmente, a não ser quando são lidos textos tirados da mídia impressa, o que Heródoto Barbeiro chama de gilete-press. No rádio comunitário, o coloquial da linguagem é ainda mais relevante.

** Repórteres experientes também levam em conta, no rádio, o potencial comunicador do silêncio, como "não-som", aquilo que, no impresso e nas artes plásticas, Umberto Eco chama de "estrutura ausente". Entretanto, trata-se de um silêncio contextualizado dentro de uma estrutura sintática para não ser interpretado como uma falha, um "ruído de comunicação". É diferente o silêncio do conferencista que se perde em suas anotações e daquele que se cala para chamar a atenção da platéia ou para frisar uma questão.

** Em Estrutura da informação radiofônica (São Paulo, Summus, 1998), Emilio Prado estuda as diferenças entre o jornalismo no rádio e no veículo impresso (jornais e revistas). O público de cada um é específico. Enquanto o rádio se dirige a todo o público, até mesmo as pessoas iletradas dos grotões brasileiros (ou que vivem nas enormes favelas), o jornal se dirige a públicos específicos das classes A/B, onde estão os formadores de opinião. Assim, dirigindo-se também a um público "que não lê", o texto produzido para o rádio precisa ser ainda mais simples, claro, objetivo, conciso, fácil de entender, se possível coloquial. Nada que se assemelhe, por exemplo, ao formalismo de um editorial de jornal. O rádio também trabalha com a simultaneidade, que tem a ver com rapidez, instantaneidade, demandando do repórter, do locutor, do operador de som uma agilidade que não tem paralelo com o jornal, que circula num conceito de espaço/tempo fixado em "ciclos" de 24 horas. Assim, o "ontem aconteceu" é a referência normal do jornal para a notícia. O rádio precisa trabalhar com o "hoje". Ontem é novo para o jornal, mas é velho para o rádio.

** Também não podemos esquecer os ensinamentos mcluhianos sobre a teoria dos mass media: o rádio é um veículo "quente", participativo, envolvente, de respostas imediatas, que arrasta o ouvinte pelo sugestionamento (maximizado em A guerra dos mundos, em que Orson Welles aterrorizou Nova York em 1938, anunciando, ficticiamente, a chegada dos marcianos). O jornal, porém, é um veículo "frio", distante. Depende da leitura e do modo de ler. Tem que ser escrito, depois comprado, depois lido. A "resposta" do leitor tem que chegar à redação, tem que ser processada e "talvez" será publicada… muito mais complicado do que no rádio ao vivo.

** O rádio também se caracteriza, a exemplo da TV, pela brevidade e variedade do noticiário, conceitos que devem ? ou deveriam ? escapar do impresso, onde se exige cada vez mais aprofundamento, contextualização, interpretação e explicação dos fatos, de preferência apontando seus possíveis desdobramentos, o chamado "jornal de amanhã".

Pautando o rádio

Marcelo Parada, diretor de Jornalismo da Rádio Bandeirantes, em seu livro Rádio: 24 horas de jornalismo (São Paulo, Panda, 2000) também estabelece comparações entre rádio e TV. Por exemplo: no trajeto para a cobertura de um incêndio, a equipe de TV quase nada pode fazer com o veículo em movimento. Mas o repórter de rádio já pode entrar no ar descrevendo o trânsito, tal sua mobilidade de ação e os recursos da nova tecnologia. Uma vez no local, o rádio chega falando, enquanto a TV vai armar o equipamento, interromper a programação para depois informar. Mas ele observa que o bom repórter não fica só no factual, no furo do "aqui, agora". Dada a informação em primeira mão, ele parte para a pesquisa, a apuração, os detalhes, afim de, na redação, compor uma reportagem completa sobre o assunto, com os recursos da técnica.

Marcelo Parada ensina aos jovens radialistas que "o rádio não repercute, sai na frente e pauta a mídia". Isso envolve planejamento, pauta eficiente, capaz de antecipar os acontecimentos, e criatividade para, no momento certo, lançar determinado tema em discussão. Segundo ele, a pauta deve colocar o rádio a serviço da comunidade. Muitas vezes a mudança do trânsito de uma rua importa mais do que uma reforma ministerial.

A pauta do rádio deve tratar do dia-a-dia das pessoas, deve verificar o que interessa ao povo, e não apenas o que é considerado bonito pelos colegas de redação ou pela classe social à qual pertence o repórter. Ele acha que foi por isso, por um radialismo fechado em si mesmo, que o Brasil demorou mais de um ano para conhecer o fenômeno chamado padre Marcelo Rossi.

Isto de a mídia andar em círculos, apenas repercutindo o que os concorrentes noticiaram, por comodismo, também é uma característica do impresso, que "deixa passar", por preguiça e falta de apuração, excelentes pautas de interesse geral, limitando-se ao noticiário oficial e à retransmissão do material das agências internacionais. Falta criatividade aos pauteiros. Eles demoram para pensar em matérias que resultam de ações em andamento. Por exemplo: com a queda do governo iraquiano, as embaixadas nos diversos países ficam acéfalas… o embaixador representa a quem? Nesse caso, o que ocorre? Ele se asila no país mudando de endereço? Fica esperando o sucessor? Foge para outro país? Vai preso? Afinal, o que ocorre? Em Brasília, bem depois do fim da guerra no Iraque, soube-se que os funcionários tentaram tomar a embaixada à força… mas isso não poderia ter sido noticiado logo nos primeiros dias após a guerra? O pauteiro não poderia imaginar o clima que se criaria? Não poderia antecipar-se aos fatos, como ensina Marcelo Parada?

O planejador do radiojornal, isto é, o pauteiro, precisa estar em sintonia com os ouvintes. Se o fato é grave, como o rompimento de uma adutora que deixou ou vai deixar o bairro sem água, então não basta mobilizar apenas um repórter, às vezes é preciso mandar a equipe inteira.

A pauta também deve retomar os assuntos que os jornais esqueceram ou abandonaram: o crime sem culpado, o estelionatário que fugiu da prisão etc. Em vez de ouvir apenas as autoridades, os repórteres do rádio devem aproveitar a agilidade do veículo para colocar o povo no ar, os moradores de bairros, os dirigentes das associações, a dona de casa, o trabalhador etc.

Aqui também, entretanto, é preciso trabalhar com emoção. Marcelo Parada lembra a suas equipes: repórter não é segurador de microfone. É preciso ir atrás de detalhes que completem a informação. E não se pode apenas narrar o que se passa no local. É preciso "mostrar" o fato, trabalhando a emoção, adequando a voz, gravando o som do local. Uma coisa é narrar que a torcida está triste com a derrota do time na partida final do campeonato, outra é entrevistar torcedores chorando, é passar ao ouvinte o som direto de pessoas gritando, assobiando. Sem o som do ambiente, o rádio fica burocrático, monótono, anódino, isto é, ineficaz. O som é a ilustração da matéria.

A exemplo de outros autores da área, Marcelo Parada adverte que o evento ? exceto nos desastres ? nunca é a informação mais importante. É apenas o meio para se chegar à notícia. Isso reforça o valor da pesquisa, da apuração feita com seriedade e atenção. Já Paul Chantler & Sim Harris (Radiojornalismo, São Paulo, Summus, 1998) enfatizam o potencial do rádio como veículo local e de serviço ao afirmarem: "Muitas emissoras locais estão deixando de lado o noticiário tradicional e concentrando-se nas ?notícias que você pode usar?, isto é, notícias de serviço. Assim, num acidente, não focalizam o acontecimento em si, mas os transtornos causados por ele".

Uma orientação comum, nas emissoras que investem em jornalismo, é que toda informação recebida, de qualquer fonte, deve ser arquivada por ordem cronológica no computador ou na velha "pasta sanfonada", facilitando assim a cobertura futura das equipes e o trabalho do pauteiro.

Quem trabalha a pauta do rádio ? é preciso reconhecer ? não raro sofre pressões diretas quando a cobertura continuada de um evento toma determinado rumo. Há muitos depoimentos de jornalistas sobre isso. O problema é que o rádio ? ao contrário do jornal e da revista ? é uma concessão do poder público, geralmente explorada por grupos econômicos ou políticos que se prestam muito mais a servir ao governo para obter anúncios do que a cumprir o verdadeiro o sentido do rádio, que é servir à população com determinação e independência. Seja no interior, seja na capital, os jornalistas do rádio sofrem, também, a influência dos grandes anunciantes, que muitas vezes interferem, tentando impor o famoso jabá ? pagamento "por fora" para corromper o profissional do rádio. Isso apenas mostra que no rádio ou no jornal, na televisão ou em qualquer outro meio, como a jovem internet, sempre haverá problemas, dificuldades, empecilhos, mas tudo precisa ser enfrentado com ética e determinação.

O ouvinte confia no rádio quando percebe que ele é feito com seriedade, sem bajulação aos poderosos. Gisele S. Ortriwano (A informação no rádio: Os grupos de poder e a determinação dos conteúdos, São Paulo, Summus, 1985) estudou o fenômeno das pressões sobre o rádio, mas concluiu que o jornalismo está se tornando o setor mais importante do meio. Em seu livro ela cita o jornalista Marco Antonio Gomes: "Acredito que logo teremos emissoras como nos EUA, que durante 24 horas transmitem apenas notícias". José Paulo de Andrade, da Bandeirantes, diz que ainda é mais fácil vender publicidade para a cobertura de futebol, mas que o radiojornalismo, depois de algum tempo de demora para ser implantado, cresce com muita força.

O rádio pode dispensar mais atenção ao noticiário local e é mais rápido que a TV. Com a internet o rádio já aprendeu a fazer parceria, criando portais para transmissão de notícias e música, além de permitir que o internauta crie e edite sua própria rádio.

Técnicas

É útil conhecer algumas técnicas próprias do rádio na hora de produzir radiojornalismo. O que dizem os especialistas?

Com larga experiência em emissoras britânicas, Chantler e Harris recomendam que as falas do repórter, num boletim de rádio, devem durar 30 segundos em média. E acrescentam: não cometa o erro de tentar contar toda a história na primeira linha. Conduza o ouvinte através da notícia, passo a passo, de pensamento a pensamento, encadeando os parágrafos. A primeira linha da notícia deve ser curta e forte, mas não com as palavras mais importantes. Outras "dicas":


** Escreva apenas uma idéia em cada sentença e evite usar longas citações.

** Prefira frases simples.


Errado

"A Câmara Municipal da cidade tal concordou em colaborar na redução dos custos das passagens de ônibus para o campus da universidade".

Correto

"As passagens de ônibus para o campus da universidade vão ficar mais baratas".


** Use palavras concretas (chuva, neblina) em vez de termos abstratos, como "mau tempo".

** Não use a expressão "há pouco". Diga claramente: "O fato ocorreu há tanto tempo".

** Evite jargões como "evadiu-se" (fugiu), "prestou assistência" (socorreu), "viatura" (carro), "finalizou" (terminou), "elemento" (suspeito).

** Nunca inicie a matéria com um depoimento ou uma controvérsia.


Errado

"Muitos administradores têm baixa escolaridade. Foi o que revelou uma nova pesquisa divulgada hoje".

Correto

"Uma nova pesquisa divulgada hoje revela que muitos administradores têm baixa escolaridade".


** Nem sempre é preciso dar o nome completo de uma organização ou empresa:


Errado

Sindicato Nacional dos Condutores de Veículos de Transportes Coletivos.

Correto

Sindicato dos Motoristas de Ônibus.


** O título da pessoa vem antes: "O presidente da República, fulano de tal…"


Durante a ocorrência de fatos tumultuados o repórter tende a repetir palavras e expressões para evitar buraco no ar. Mas é preciso treinar para eliminar tais repetições, como ensina Marcelo Parada. Ele também sugere que os repórteres do rádio observem estas regras:


** Escrever do jeito que fala

** Colocar-se no lugar do ouvinte

** Escrever com simplicidade

** Não esquecer o verbo

** Não usar o gerúndio (Vai estar fazendo)

** Usar sempre a ordem direta: sujeito,verbo, complemento

** Ler e entender o que escreveu

** Usar a palavra certa no lugar exato: "O estádio sofreu reformas" é errado, porque. estádio não sofre

** Evitar gírias da redação como "matéria" no lugar de "reportagem"

** Evitar estrangeirismos (play off, delivery etc.)

** Escrever na forma positiva, evitando o "não"

** Fazer um texto limpo

** Destacar as palavras mais importantes no script

** Não iniciar uma transmissão com palavras "entre aspas". O ouvinte entenderá que a afirmação é sua

** Não começar frase com "vale lembrar"

** Não usar "ontem" na primeira frase. Envelhece a notícia

** Não começar texto com "E". Por exemplo: "E o papa João Paulo II disse hoje…"

** Não classificar a notícia de boa, má, triste, alegre, engraçada etc

** Economizar palavras

** Usar números redondos

** Escrever números por extenso

** No script, traduzir os nomes difíceis para o locutor, isto é, colocar a pronúncia no alto do texto

** Reler tudo o que escrever

** Não cometer erros de informação

** Responder: o texto interessa ao ouvinte?


(*) Professor de Jornalismo da Unesp-Bauru, SP