Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

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MONITOR DA IMPRENSA

PRIMEIRA-FILHA

Do Rumpus, tablóide da Universidade de Yale, já se espera conflitos, mas um artigo da edição de abril afirmou que Barbara Bush, filha do presidente dos EUA, tem criado problemas para a direção de Yale, uma das mais prestigiadas universidades americanas. A reportagem, sobre supostos escorregões na proteção do Serviço Secreto à filha do presidente George W. Bush, mexeu com os brios da reitora Betty Trachtenberg, que acusou o tablóide de se aproveitar da presença da moça no campus. Em 12 de abril, cerca de uma semana após a publicação, a reitora chamou a sua sala o editor-chefe, Jared Leboff, o editor-geral, Matt Johnson, e Nathaniel Pincus, autor do artigo. Após a reunião, Rumpus retirou a edição de abril de seu sítio na internet.

Conta Charlotte Dewar [Yale Daily News, 20/4/01] que a imprensa nacional explorou esse primeiro vazamento de notícias. O Washington Post e o tablóide The Star foram os primeiros a repercutir a história. O Post publicou artigo na edição online, mas não na impressa. Segundo Leonard Downie, editor-executivo do jornalão, a reportagem fora um "erro" por violar a política do jornal de proteger parentes de figuras públicas.

Fontes do Rumpus disseram ao Yale Daily News que confirmam tudo sobre a falta de proteção à primeira-filha. A reitora questionou a precisão e a decência da matéria, chamando-a de "espécie mais irresponsável de imprensa que poderia acontecer."

PLÁGIO NA MODA

Parece que o plágio virou moda nas escolas de Jornalismo americanas [ver remissão abaixo]. Agora foi a vez da respeitada Harvard. Irina Serbanescu, estudante do segundo ano da universidade, está sendo investigada por três artigos suspeitos de plágio. Em 7 de abril, um leitor identificou no texto da estudante, publicado em 5 de abril no Harvard Independent, parte idêntica à de um editorial da Forbes de 1999. Na mesma noite, segundo Garrett M. Graff [The Harvard Crimson, 17/4/01], o Independent retirou o artigo do sítio, colocando no lugar nota explicativa do editor informando que o texto estava "sob investigação".

No dia seguinte, a moça foi demitida. Ela disse que planejava pedir demissão. "A cópia foi literal", disse Alexander P. Nyren, editor-geral do Independent. "Não se sabe bem como aconteceu, mas é obviamente inaceitável." Havia citações e referências em outros trechos, mas não no lide, justamente a parte copiada da Forbes. Srinivas Ayyagari, publisher do Independent, disse que o jornal enviou carta de desculpas à Forbes.

Depois que o caso veio à tona, o Harvard Crimson começou a investigar artigos que Irina Serbanescu havia escrito para a seção de Artes. Ela pediu demissão do jornal no dia 15 de abril, depois de uma reunião para discutir os resultados da investigação ? no mínimo quatro de seus artigos foram plagiados de resenhas publicadas previamente em outro veículo. "Agora percebi que minha forma de escrever tende a omitir fontes", disse ela, que escreve também para o Harvard International Review e o Harvard Book Review, que já estão providenciando investigação.


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Fontes mais que suspeitas

ROSIE

Até 16 de abril, a novíssima revista de Rosie O?Donnell, Rosie, já vendera mais de 600 mil exemplares. Duas semanas antes de ser recolhido, o primeiro número ainda estava sendo vendido e prometia bater a marca de 1 milhão ? 1,3 milhão de exemplares foram postos à venda.

Trata-se de uma grande e positiva mudança em relação a sua ancestral, McCall?s, que faleceu em março vendendo apenas 365 mil exemplares, e repassando as 3,6 milhões de assinaturas à recém-nascida descendente. McCall?s, de acordo com Keith J. Kelly [The New York Post, 16/4/01], encerrou o expediente após 125 anos no mercado.

Não haverá uma segunda impressão da primeira edição de Rosie, o que dá a Oprah Winfrey e a sua revista O o recorde de vendas, com 1,5 milhões de cópias vendidas.

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