ECOS DO IRAQUE
A morte de dois jornalistas por tanques americanos em Bagdá, no dia 8/4, não foi proposital, mas poderia ser evitada. A conclusão é do Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), ao questionar declarações do Exército americano de que o tanque respondia a fogo hostil vindo do hotel que hospedava os repórteres. Para o CPJ, não havia evidências de justificassem a reação.
De acordo com reportagem de Grant McCool [Reuters, 27/5/03], o comitê disse que o Pentágono precisa dar respostas a dúvidas sobre o incidente no Hotel Palestine, onde cerca de 100 jornalistas ficaram hospedados durante a guerra ao Iraque. O cameraman ucraniano Taras Protsyuk, da Reuters, e o cameraman espanhol Jose Cuoso, da Telecinco, ficaram feridos e morreram num hospital de Bagdá.
A família de Cuoso resolveu tomar medidas legais. Está processando os soldados responsáveis da Terceira Infantaria americana na Justiça espanhola. Segundo Ciar Byrne [The Guardian, 28/5], em documento enviado à corte espanhola, a família do cameraman afirmou que "os fatos relatados constituem, pela perspectiva da legislação internacional, ?crimes de guerra?."
A Reuters, de sua parte, disse estar em meio a sua própria investigação interna. "Deve estar pronta nas próximas semanas", disse porta-voz da agência. O Exército americano mantém a mesma posição desde o início. Afirma que os soldados atiraram em autodefesa, embora jornalistas presentes digam não terem visto nenhuma evidência de fogo inimigo vindo do próprio Hotel Palestine. Apesar disso, admitem ter havido combate em áreas próximas.