WORLDLINK TV
Graças a uma nova rede de TV, os americanos estão tendo acesso a programas que nunca pensaram existir. O canal sem fins lucrativos WorldLink TV retransmite nos EUA programas de 13 emissoras do Oriente Médio, de países como Iraque, Jordânia e Síria.
"Sentimos que estamos oferecendo uma história contrária àquela com a que os americanos estão sendo bombardeados", disse David Michaelis, diretor da rede. "Não há mensagens decodificadas no Oriente Médio. Está muito na cara. Estas emissoras estão constantemente questionando a supremacia dos Estados Unidos." Michaelis, um jornalista de Jerusalém, produz ao lado do colega palestino-americano Jamal Dajani o programa diário de notícias Mosaic, que reúne matérias de diversos canais. A intenção é apresentar o Oriente Médio da forma que seus habitantes o vêem pela televisão.
Dean Murphy [The New York Times, 16/9/02] conta que na semana do 11 de setembro o programa ? que geralmente dura meia hora ? foi estendido para uma hora para dar conta da cobertura do primeiro aniversário dos atentados. Mas as redes deram pouca atenção às cerimônias oficiais no ground zero: as matérias preferiram tratar das conseqüências do evento para os muçulmanos, incluindo aqueles que vivem nos EUA. O canal Al Manar de Beirute falou da discriminação contra os árabes-americanos; a TV estatal iraquiana criticou a cobertura da mídia americana das comemorações, sugerindo que os veículos pretendiam criar medo e pânico.
Embora muito da programação pudesse ser considerado anti-americano, Dajani e Michaelis afirmam que também exibem outros pontos de vista, citando como exemplo uma matéria da Palestine Broadcast Company que começava com a frase "não ao terrorismo".
A estação é financiada por contribuições de telespectadores e doações da John S. and James L. Knight Foundation e da William and Flora Hewlett Foundation. O canal atinge 18 milhões de casas que recebem DirecTV e EchoStar.