Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

JB junta cadernos e agrega leitores

VOLTA AO FUTURO

Passou despercebida mas pode mudar as feições dos jornais brasileiros. Uma das novidades implantadas pela nova direção do Jornal do Brasil foi a unificação dos dois cadernos de hard news (mil perdões, deputado Aldo Rebelo: notícias duras não dá, Excelência).

O jornal básico, durante a semana, terá dois cadernos: um com noticiário & análise e, outro, com entretenimento. No noticiário voltamos a ter, reunidas como antigamente, as questões nacionais, internacionais, econômicas, locais e esportivas mais as duas páginas de opinião. No "Caderno B", cultura e variedades.

O leitor que gosta de esportes passará naturalmente para outras esferas ? sem trocar de caderno. O mesmo com os empresários distantes dos editoriais e do esporte. Acabou o muro e a segregação.

Aquela loucura inventada pela Folha de fragmentar o jornal em caderninhos insignificantes e descartáveis acabou virando moda e desfigurou completamente os jornais brasileiros. Deixaram de ser universais para converterem-se em segmentos de segmentos.

Na última segunda-feira, 4/6, a Folha estava pulverizada em oito folhinhas ou subfolhas, sendo quatro de notícias. Numa edição com 74 páginas, dá uma média de 9,25 páginas por caderno. Irrisória. A situação já foi pior quando o jornal tinha, às segundas, os cadernos "Dinheiro" e "FolhaInvest", finalmente unificados. Isto não é assunto empresarial, é institucional, diz respeito ao processo informativo: jornal cadernizado e excessivamente segmentado acaba confinando o leitor a áreas de interesse específico, contrariando a tendência de torná-lo um cidadão atuante em todas as esferas.

Evidentemente a experiência como a levada a cabo pelo JB só poderia ser tentada num jornal onde a soma dos dois cadernos noticiosos não ultrapassa as 28 páginas. Mas é para isso que existem jornais diferenciados, dispostos a arriscar, mudar e crescer.

    
    
                     

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